Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Ser “hoje” Jovem

Em absurdo, afirmar que os jovens de “hoje” são a melhor geração de sempre, é incontestável, são os jovens das gerações subsequentes quem mais informações encontram disponível. No seguimento, os jovens, são sempre os que estão melhor preparados, por aquisição de competência e do conhecimento disponível e fundamentalmente, porque o conhecimento é e será sempre, cumulativo. Ou seja, o jovem do amanhã terá mais conhecimento disponível.

No entanto, o jovem de hoje (à data) terá sempre barreiras a vencer. Desde logo o ser jovem e ser visto como o futuro, quando deve ser levado em conta no presente. Neste pressuposto, é incompreensível que os tenhamos na fila de espera do mercado de trabalho.

Com a INCERTEZA que hoje se vive, pós pandemia e guerra na Europa, o futuro dos jovens de hoje a todas as barreiras que existiam, acresce a INSEGURANÇA, que só por si, é uma condicionante importante na vida.

No EMPREGO, seria importante: terminar com os estágios profissionais; criar vencimentos de início de carreira aos de formação académica, capazes de ser reconhecido o seu investimento e dos pais; obrigatoriedade de incentivos do Estado às empresas; regras incontornáveis e sanções aos comportamentos desviantes das empresas empregadoras. Para aqueles jovens que não investem na formação académica, serem retribuídos pelas formações e experiências de vida adquiridas. Pois, não basta dizer que os jovens são a geração mais competente, é necessário o reconhecimento ser evidenciado na retribuição e perspectiva de carreira.

Combater a PRECARIEDADE no emprego jovem, passa por travar os estágios sucessivos, os falsos recibos verdes, programas ocupacionais, salários baixos, incentivos à contratação sem termo, criar políticas de fixação seja em zonas de baixa densidade demográfica ou no país.

No ENSINO, (a proposta da JS ajudava) o fim das propinas até 2030, fomentar as políticas de alojamento para estudantes, (já anunciadas pelo anterior governo). Criar cursos de especialização nos vários domínios profissionais (comercio, industria, construção civil, agricultura, agro-pecuária, silvicultura, vitivinicultura, …). Também aqui não basta apregoar que a educação é o pilar mais importante da humanidade.

As REDES SOCIAIS vão continuar a ser o veículo de informação, de partilha e de divulgação a utilizar pela rapidez, eficácia e fiabilidade. Então, o Digital e a Internet não podem estar disponíveis só para alguns, tal como o ensino e a saúde temos de caminhar para este serviço “tendencialmente gratuito”.

A DISCRIMINAÇÃO DE GÉNERO, já não será tanto em relação aos homens héteros, sim porque hoje todos os outros géneros têm discriminação positiva, seja através de políticas públicas (lei de paridade) como no social “ficar bem”.    

As ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS não deveriam ser uma causa quase exclusiva dos jovens, mas felizmente é neles onde a preocupação se manifesta mais. Esta, tem obrigatoriamente de passar pelas energias alternativas e, só são possíveis com políticas públicas. O foco tem de passar pelo reforço da energia eólica, solar e hidroeléctrica.

As políticas públicas emanam da Assembleia da República (AR), é neste hemiciclo que têm de ser aprovadas alterações a leis castradoras do desenvolvimento, desde tornar a justiça célere, às leis das áreas protegidas, legislação eleitoral, autárquica e composição da AR. Reformas estruturais (não de conceito) da saúde, justiça e segurança social. Os partidos são o garante da democracia, mas esta não se pode esgotar neles.

Para os Jovens políticos de hoje, a política deve ser uma missão e não fazer desta profissão. Utiliza-la para ajudar os jovens ausentes das lides partidárias e concidadãos. Esta deve ser a orientação futura.

Jovens de hoje não vos deixeis vencer pelo imobilismo, revisitai a história e constatai que as grandes reformas e iniciativas tiveram sempre o vosso envolvimento. A força dos jovens é como a força de um rio de vasto caudal onde não é possível construir barragens.

A esperança por um amanha melhor tem de ser a vossa causa.

Bragança, 21/04/2022


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