Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

É tempo de agir - pelo PS e pelo futuro do nosso distrito

Há dois anos, decidi candidatar-me à presidência da Federação do Distrito de Bragança, com o lema “ACREDITAR NO DISTRITO, GANHAR NO FUTURO”. A minha esperança era mudar o rumo do partido na nossa região, acreditando ser possível fazer diferente. No entanto, as eleições foram adiadas, e, mais tarde, mesmo com uma base de apoio alargada, acabei por decidir não avançar na candidatura. O diagnóstico que fiz na altura continua válido - e a participação dos militantes e simpatizantes nas últimas eleições confirmam isso de forma clara.

Perder em todos os concelhos do distrito não é apenas um mau resultado; é um sinal de que algo não está bem. Mostra que nos estamos a afastar dos eleitores, sem orientação, sem políticas que mobilizem as pessoas e que o partido não responde aos anseios das populações. É um alerta de que falhámos como estrutura política e que deixámos de ser uma referência para os nossos cidadãos. Não podemos apenas refletir sobre isso - é urgente agir.

Devemos agir, com orgulho na nossa história, temos de discutir, tomar posição, aventar soluções para problemas emergentes do presente alicerçados nos valores do Partido Socialista: justiça social, solidariedade, igualdade de oportunidades, coesão territorial e proximidade às pessoas - AGREGAR, DINAMIZAR, FORTALECER e RENOVAR é o norte. Temos de respeitar os nossos militantes, que muitas vezes se sentem esquecidos ou desvalorizados. E, acima de tudo, é necessário ter ambição - acreditar no potencial das nossas gentes, valorizar quem não desiste e, assim, capazes de mobilizar, inspirar para vencer.

Sem uma presença forte nas autarquias, o partido não consegue ser uma verdadeira alternativa. O interior continua a ser esquecido, com pouco investimento, mesmo após as promessas feitas. Os governos, incluindo alguns do nosso partido, não atenderam às necessidades da região como deveriam. Houve exceções dos governos de Guterres e Sócrates, que investiram bastante na região, mas ainda assim, isso não foi suficiente. Para defender os interesses do distrito, é fundamental termos uma liderança forte, com representantes inovadores, empreendedores e capazes de pensar no futuro com visão.

O resultado das últimas eleições foi uma surpresa, mas, na verdade, era previsível. Não foi por falta de esforço dos candidatos, mas pela ausência de propostas de âmbito nacional atuais e pelo envolvimento limitado de alguns militantes e dirigentes que preferiram ficar na zona de conforto.

Este resultado não será mudado com mais do mesmo. O PS só se fortalece ganhando autarquias, e isso só acontece com liderança forte, visão clara, ação concreta, credibilidade, competência, reconhecimento e disponibilidade por parte das concelhias, da federação e deputada.

Por isso, é hora de deixar de lado jogos internos e alianças de conveniência. Precisamos colocar os militantes e as populações no centro do nosso trabalho. É tempo de reconstruir, mobilizar e mostrar que somos uma verdadeira alternativa.

Só com uma federação forte, dialogante e interventiva o PS pode crescer e chegar às pessoas. As concelhias, sendo essenciais na implantação, precisam ser ouvidas, respeitadas e motivadas – elas são ligação direta com as comunidades.

Os jovens não são o futuro, eles são o presente. Sem o seu envolvimento, o partido perde energia, ideias e esperança. Cabe à federação e às concelhias criar condições para que a Juventude Socialista cresça, recrute e seja valorizada, participando das decisões e sendo ouvida.

Eles representam a esperança do distrito, quando lhes dermos espaço para regressar, fixar-se e contribuir para o desenvolvimento da nossa região.

Pelo PS. Pelo distrito. Por todos os que acreditam que podemos - e devemos - fazer mais e muito melhor.



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