Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Outra vez o Museu da Língua Portuguesa (MLP)?

Sim, todas as que sejam necessárias, para chamar à razão os decisores. Sim porque, tal como na Zona Industrial é todo o executivo que vai ser investigado e julgado, a ver vamos. Um Presidente da Câmara só tem o voto de qualidade – nada mais. Os vereadores não podem desculpar-se com – foi o Presidente que pediu para aprovar.

O MLP, era do conhecimento geral (menos do executivo!) que não iriam aparecer interessados pelos 14M€, tendo já sido pagos 4,5M€, portanto atingia os 18,5M€, quando foi a curso a 1ª vez por +/- 9,5M€.

Na reunião de Câmara de hoje, 11/07/22, consta da agenda e vai ser aprovado, ir novamente a concurso por 16M€! (4,5M€ + 16M€ = 20,5M€)

É sabido, novamente menos do executivo, que não vai haver interessados. Então, porque é que vai a concurso por um preço base que ninguém pode fazer? Porque é que se gasta do erário público milhares de € a por o concurso quando se sabe que não pode haver interessados?

A resposta é simples – Cobardia. Sim, só por cobardia e falta de responsabilidade é que não se desiste da obra. E, isto por duas razões:

1ª A CM de Bragança, dada a situação financeira (dívida às Águas do Norte, Bragaparques e os gastos na campanha autárquica de 2021 a totalizar +/- 22M€) , não tem condições para fazer o Museu da Língua Portuguesa.

2ª Sabendo da impossibilidade e para não assumir o óbvio, fazem-se concursos com valores inferiores aos preços de mercado para ninguém concorrer, esbanjando assim milhares de €.

Porque, se a CMB quiser fazer a obra o preço base tem de subir para um valor superior a 20M€ e como não quer admitir que errou, continua a gastar milhares de € em concursos de “faz de conta”.

Para memória futura o MLP se construído, nunca fica por menos de 30M€, quando a participação da EU mantém-se nos +/- 4M€.

A pergunta subsequente é se os 26M€ (30M€-4M€) gastos no MLP têm retorno, quando o MLP de São Paulo abriu um polo em Coimbra?

A CMB mal, nunca informou qual retorno no emprego, no turismo, na qualidade de vida dos Bragançanos, deste gasto.

E se os 26M€, que com alguns bons projectos poderiam ir buscar à UE outros 26M€, totalizando então 52M€ o que se poderia fazer?

Colocaria como obra do século um Parque da Cidade. Bragança tem de fazer as pazes com o Rio Fervença. E, como já escrevi é nesta harmonia (Cidade e Fervença) que, temos de construir um verdadeiro e único Parque da Cidade. Ver  https://www.diariodetrasosmontes.com/cronica/parque-da-cidade-de-braganca, de 31/07/20.

Um Pavilhão Multiusos para assistência na ordem das 8 000 expectadores. A ser um espaço multifuncional com capacidade para uma grande variedade de eventos e competições Nacionais e Regionais, para a realização de espectáculos, congressos, seminários, conferências, apoio às empresas no lançamentos de produtos, verdadeiras feiras de Capital de Distrito e salão de exposições. Para actividades desportivas desde Ginásio Multiusos a campo de jogos homologados pelas várias Federações. A localização poderia ser na Cidade Desportiva do trinta - a construir.

Sem estudos, mas com as alternativas propostas, estou convicto que a economia e a qualidade de vida seria muito beneficiada e a afirmação no contexto Regional e Nacional seria efectiva.

Bragança tem de despertar, tem de se afirmar como Capital de Distrito e âncora para os restantes Concelhos. O tempo de pensar à Junta de Freguesia só nos continua a levar à insignificância.

Nota: com o remanescente, deve o executivo começar a cumprir as promessas eleitorais das autárquicas/21.

Bragança, 11/07/2022


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