Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

E agora Partido Socialista?

Encerrado o Congresso do PSD, entronizado o seu Presidente, aprovada a moção, eleitos os novos Dirigentes, com a renovação destes, afastados alguns barões que aspiram a duques, Rui Rio criou as condições necessárias para levar a votos as suas concepções para Portugal.

Rui Rio não só reposicionou o PSD ao centro, como manifestou e apontou o norte para as necessidades a curto prazo de um Portugal contemporâneo com políticas de centro-esquerda. Reafirmou que os Partidos Políticos devem bater-se por causas, como a Justiça, a Segurança Social, as Assimetrias de Desenvolvimento, preocupações sociais, o próprio Sistema Eleitoral como a limitação de mandatos dos eleitos nos vários patamares de poder, a sustentabilidade do Planeta, como objectivo prioritário no imediato. Redisse que a acção política deve-se orientar no superior interesse dos portugueses.  

Depois deste discurso, conhecido a sua consistência de pensamento e a sua perseverança de acção, vamos ter o PSD a abandonar o neoliberalismo do anterior leader que a tanto sacrifício forçou os portugueses, muito além do exigido pela UE e possível de suportar por todos nós.

Se o PS estava em maus lençóis, por não conseguir implementar políticas de verdadeira esquerda, temos agora, um partido de políticas de muito à direita, até então, vir ao centro-esquerda, disputar o eleitorado.

Esta clarificação, com Rui Rio, é de levar a sério, exige ao PS enquanto pode, dado que é governo pois, não só pode como deve esvaziar as boas intenções necessárias, deste “novo” PSD.

Para os portugueses é óptimo ter mais um Partido preocupado com os portugueses, com anseios quotidianos, com o futuro e com, fundamentalmente, os “políticos avaliados não pelo que recebem, mas com o que dão”, entenda-se ao País. E sim, os Políticos devem ir à Política para dar (conhecimento, experiencia, tempo …) e principalmente ser solidários.

E agora Partido Socialista?

O PS tem dois caminhos. O primeiro é obedecer à sua matriz ideológica e deixar o PSD a falar e o governo PS a concretizar. Ou, continuar confuso ideologicamente no exercício da governação, continuar no estado letárgico e ver o PSD nas próximas eleições sair vencedor e o País a agradecer e perpetua-lo por muitos anos no poder.

Com o programa saído deste congresso o tempo urge para o PS e seus “muchachos” ou governa, ou vai ver governar. Ou governa, ou dentro de pouco tempo vai para a oposição, julgado por incompetência e falta de coragem.

Nota:

  1. Deste congresso os transmontanos Adão Silva e José Silvano, viram a sua influência neste partido reforçada, enquanto o “guarda-costas” do perdedor, contínua na senda derrotista. Que os concidadãos vencedores, canalizem o seu “poder” para ajudarem os seus conterrâneos e os perdedores coragem para levar a cruz ao calvário e saber sair de palco com magnanimidade.
  2. Tempos modernos: os líderes orientam a política dos partidos quando a orientação deveria emanar da matriz ideológica destes!

Bragança, 13/02/2020

Baptista Jerónimo


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