Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Conselho de Ministros – Uma oportunidade?

Bragança Região, depois do Estado Novo, teve dois governantes, António Guterres e José Sócrates, que inverteram o sistemático desinvestimento e deslocação/concentração de serviços no Litoral que muito nos penalizou.

António Costa ao criar o Ministério de Coesão Territorial e trazer um Conselho de Ministros a Bragança, podemos esperar que também ele quer ficar na história dos amigos dos Transmontanos.

O Conselho de Ministros, só por si, não acrescenta nada, nem resolve coisa nenhuma. Mas, muito diferente é se, quem preparar a agenda, da deslocação dos governantes ao Distrito, incluir algumas visitas, no meu entender, obrigatórias e dentro do espírito, reformista e da Coesão Territorial para a Região.

Actualmente, muito se tem falado sobre a Coesão Territorial antes falava-se combater as assimetrias ou ainda descriminação positiva. A acompanhar, ouvimos sempre as mesmas palavras, embora por actores diferentes: inovação e conhecimento, também só por si nada acrescenta, fica o registo das grandes parangonas que originam.

O Interior, dispensa que seja tratado como gente Estúpida e Teimosa, primeiro porque sabemos distinguir se estamos a ser enganados e depois contra todas as adversidades e maus tratos, continuamos abnegados em resistir e lutar sem desistir de um território, acreditando que um dia vamos ter governantes em Portugal. Já, o mesmo, não aconselhamos nem desejamos para os nossos filhos.

Assim, dividiria em dois critérios a visita dos nossos governantes: as oportunidades disponíveis e os casos de sucesso.

Como oportunidades, realçava apenas algumas e que sem políticas públicas adequadas não são possíveis de concretizar:

  • AZIBO é seguramente quem mais pode contribuir para multiplicar o Turismo na Região.
  • CAICA diria que poderá vir a ser (como já foi) a âncora da sustentabilidade da agricultura da Região
  • AEROPORTO INTERNACIONAL DO INTERIOR (Cargas e Passageiros), sem ou com Via Férrea é seguramente uma urgência, enquanto alternativa e complemento aos aeroportos circundantes.
  • Vias de Comunicação: Bragança-Zamora; Bragança-Puebla de Sanabria; Bragança-Vinhais-Chaves; Bragança-Vimioso; Cachão-A4; Cachão-IP5. Macedo de Cavaleiros-Rias Baixas.
  • Serra de Montesinho constatar como uma linha invisível altera posições de dois Países, no referente às Torres de Energia Eólica. Aproveitar para ver no que o Parque Natural de Montesinho se transformou e ouvir a adversidade a este por parte das populações.
  • Cooperativa de Macedo de Cavaleiros e propor caminho para o Azeite e Vinho da Região.
  • Nichos de produtos agrícolas como a Maça de Carrazeda, a Cereja de Alfandega, Noz, Amêndoa, etc.
  • Zona Industrial de Bragança e ajudar a disponibilizar a ampliação para finalmente servir os investidores.

Seguramente, outras oportunidades estão patentes nesta Região, portanto deixemo-nos de divagar e vamos trabalhar em coisas objectivas.

Passava agora aos casos de sucesso para, nem que mais não seja, a visita não ser sempre aos mesmos locais, IPB, Ecopark, Faurécia, Catraport, já cansa, o Distrito e Cidade é muito mais.

  • CANTEL talvez o investimento de maior monta nos últimos 20 anos.
  • SORTEGEL e ALCINO NUNES & IRMÃO, responsáveis pelo escoamento de alguns produtos agrícolas como a castanha.
  • QUINTA DE CASTELARES uma das adegas de vinho mais modernas do Douro.
  • ADEGA COOPERATIVA DE FREIXO DE ESPADA À CINTA e comprovar que estas têm lugar no desenvolvimento, um bom exemplo de boa gestão.
  • PALAÇOULO um nicho de sucesso e importante na Cutelaria e Tornearia.

Também aqui poderíamos enumerar outras mais. O importante é que os nossos governantes conheçam a região e os seus habitantes e esta visita sirva de motivação para outros investidores e saberem que somos uma Região de sucesso em vários domínios.

Tempo de o Ministério da Coesão mostrar para e, porque foi criado. Tempo de os governantes deixarem o discurso simples e passarem a promover e executar políticas efectivas. Tempo de abraçar a causa de Portugal: desenvolvimento no seu todo. Tempo de perceber que somos a região mais perto do centro da Europa. Tempo de saber que esta Região está disponível para ajudar Portugal.

Bragança, 20/02/2020

Baptista Jerónimo


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