Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Chega de CHEGA ou, de politiquices e politiqueiros?

O CHEGA enquanto partido (?) político está a crescer, não com votos a favor, mas com os votos contra os partidos do arco da governação: PS e PSD. O PCP e depois o BE, também passaram por esta ”albufeira” onde os pequenos “rios” do descontentamento foram a desaguar.

O CHEGA ao capitalizar a totalidade dos votos contra, vai ter, na próxima legislatura, o poder de veto e de influenciar. Um partido que não tem quadros nem programa e nem ideologia para o balizar! Um partido de um homem só! De um populista que sabe ser popular. Diz e contradiz-se e, fica tudo bem. As promessas apregoadas (excluindo a imigração, tolerância às minorias, castração química, prisão perpétua e “que ninguém possa estar em Portugal sem saber falar a língua”, …) a serem cumpridas, são bem aceites, necessárias e até obrigatórias.

Nesta “homilia” do “pastor André” para uns “beatos” a mostrarem sintomas de fanatismo à imagem do líder, que ele como poucos a sabe cultivar, só nos pode deixar preocupados quanto ao futuro, mas os outros (onde me incluo) democratas, tolerantes, solidários e no respeito pelos direitos e garantias, temos de aceitar esta diversidade, embora tenhamos o direito de discordar. A utilização das palavras como “Pátria, Bandeira, Amor, Ética, Moral”, e ainda o slogan “Limpar Portugal”, esquece-se de que tem um passado e, sem vergonha cita “sinto-me tão pronto (para ser PM) como Sá Carneiro em 1979” que este, nunca conseguiu mostrar se estava capaz ou não, dado o infortúnio da sua morte prematura.

Sim, é notório que não temos sido bem governados, que a classe política se está a degradar, quem vem a seguir não faz diferente, que a classe média, ainda a existir, não pode continuar a pagar todo a todos, que a justiça é só para os pobres, que as escolas não estão a cumprir o seu papel, que o SNS está a passar a sua pior fase, que as forças de segurança estão descontentes, que as autarquias são um sorvedouro de dinheiro e onde, o que se aponta a um governo, nestas, é a multiplicar por dez. No nepotismo, corrupção e desperdício é a multiplicar por cem. Que o País está melhor que há vinte anos e muito melhor que há cinquenta está. Temos de mostrar a nossa indignação à actual situação mas, pela positiva e contribuição.

 As direcções dos Sindicatos e Ordens mais os Governos Regionais e Autarquias são insaciáveis nas abusivas reivindicações, porque destas depende a sua reeleição. Venha o Governo que vier e crie-se a riqueza que se criar, nunca será satisfeita a sua irresponsabilidade.

Então, quem consegue governar bem? O PS nestes últimos oito anos fez uma boa governação, mas o que fica para a história são os “casos e casinhos”. Os restantes seis partidos com assento parlamentar que contributos deram? Onde esteve a oposição responsável?

De todos, ao que era exigido muito mais era e é ao PSD. A oposição deste foi sempre frouxa, sem critério, inconsequente e sem assertividade, tanto nas políticas como nas causas.

Esperemos, que o PS e PSD no programa que vamos sufragar, não continue o leilão de quem mais oferece (quem mais engana), do todo a todos. As promessas eleitorais que sejam tangíveis, no custo e no suporte, a legislação no combate à corrupção e ao desperdício que seja claro, bem como a percepção da competência de todos os que nos vão governar.

Não é pedir muito, aliás é o que Portugal anseia e merece ou, teremos a abstenção caminhar para maioria absoluta.

Baptista Jerónimo, 17/01/24



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