Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Natal? Que Natal!

Quando temos Países em guerra.

Quando os filhos abandonam os pais ou o inverso.

Quando se tolera a violência doméstica.

Quando existe intolerância à diferença de género.

Quando se convive com a exploração do ser humano nos vários contextos.

Quando as desigualdades ainda são visíveis.

Quando os mais vulneráveis continuam desprotegidos.

Quando as crianças não têm a mesma igualdade de oportunidades.

Quando percepcionamos a injustiça na justiça.

Quando a saúde é um serviço diferenciador pelo poder económico.

Quando temos concidadãos com pensões miseráveis.

Quando a inveja é a arma dos fracos.

Quando a política é usada como “elevador social”

Quando o (algum) jornalismo é um negócio.

Quando os autarcas governam para angariar votos.

Quando a pobreza e os sem-abrigo estão a aumentar.

Quando a quadra natalícia é o negócio do ano.

Quando o Natal é usado em competição no gastar do erário público.

Então, celebrar o NATAL é o modelo da HIPOCRISIA.

É possível mudar? Melhorar? Tornarmo-nos numa sociedade mais equilibrada e menos penalizadora para os que vivem menos bem?

Haverá sempre ricos, pobres e “remediados”. Podemos é empenharmo-nos num compromisso de correcção das desigualdades. Uma das formas é a redistribuição dos impostos, outra será a valorização do trabalho digno e ainda o Estado Social ser mais interventivo.

Não há fórmula de corrigir as assimetrias da sociedade por decreto.

Então quem é que tem obrigação de corrigir, seja pela força da lei ou, pela influência que pode exercer?

Os políticos. Em boa verdade são os únicos que podem alterar estas e outras situações degradantes desta sociedade trituradora do humanismo dos povos.

Nós, cada um por si, temos a arma: o voto.

Muitas vezes usamo-lo de uma forma simpática, sem responsabilidade e até incompreensivelmente por ausência de participação nos actos eleitorais. Outras, por comodismo na recolha de informação para, na tomada de decisão, sermos os decisores competentes e fugirmos do “sempre votei neste partido”, eu sou do partido X, porque é que hei-de mudar?

“Quem muda Deus ajuda”, não sei se é verdade, nem sei se Deus está para perder tempo com coisas destas. Sei é que nenhum partido deve ser dono do nosso voto.

E sei também que não devemos mudar por contestação ou, no “bota abaixo”.

Votar é um direito inaliável. É a maior conquista do vinte e cinco de Abril.

Usemo-lo com critério.

BOM NATAL

Baptista Jerónimo, 22/12/23



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