Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Cinquenta anos

O 25 de Abril foi em 1974, o governo que sair das próximas eleições legislativas, a ser empossado, será, passados cinquenta anos.

Nestes cinquenta anos, na verdadeira convivência democrática houve (quase) os possíveis arranjos governamentais, até entre PS e PSD.

O próximo mês de Abril convida-nos a reflectir, sobre a democracia, sobre que País queremos, como nos vamos desenvolver, que governos vamos ter.

A democracia, como nos diz a história não é um bem perene, esta, tem de ser alimentada, monitorizada e regulada. Por doença, ganância, má formação e até por inveja temos indivíduos incluídos em partidos políticos ou outras organizações, informais ou não normalizadas, que espreitam as fragilidades, para a poderem atacar, com palavras populares, que no momento são melodias para as pessoas que passam dificuldades ou, por algum motivo, presenciam comportamentos desviantes e até criminosos. Temos uma tendência para a generalização.

A história destes 50 anos mostra-nos que as instituições não acompanham os seus desígnios e as nossas expectativas. Tendencialmente, somos críticos, ao invés de adoptarmos a posição colaborativa. Por razões diversas, os “melhores” homens desde a competência, formação e caracter, por vontade própria e pelo clima criado na sociedade aos políticos, afastam-se da política e deixam espaço a alguns marginais.

Todos, desde os partidos, organizações, associações, querem o desenvolvimento social, económico, político e de responsabilização.

Todos falam na promessa - sempre adiada, o paraíso - inalcançável, o mundo a cores, mas contínua acromático. Os políticos faltam à palavra? São irresponsáveis? São incompetentes? imaturos? Talvez um pouco de tudo. Atente-se aos próximos candidatos a Primeiro-Ministro do PSD e PS.

De um lado temos um homem que no currículo tem: formado em direito, Deputado e líder da bancada parlamentar. Com este currículo, no máximo, na vida civil arranjava emprego precário, ou pouco melhor.

Do lado do PS, o PNS: licenciado em economia, líder da Juventude Socialista, Deputado, Secretário de Estado, Ministro. Até poderia arranjar emprego na privada sem precaridade. Segue-se JLC, professor catedrático, Vereador, Deputado, Presidente de Câmara, Secretário de Estado, Ministro. Tem vida para lá da política.

Um Primeiro-Ministro tem mais responsabilidade de que qualquer (raras excepções) CEO de uma empresa e ganha ou pode ganhar menos 70%. Como aspirar a grandes líderes partidários ou a Primeiros-Ministros que façam os mínimos?

O tempo, que o tempo nos traz, antevê que não vai a haver maiorias, nem arranjos na AR. Possivelmente o PS ganha as eleições e não basta a geringonça para essa obrigatória maioria. Também sabemos que o PSD não consegue um governo estável com a IL e o CDS ou então tenta o imprevisível CHEGA e será sempre um governo instável, reconheça-se no caso dos Açores.

Vejamos o caso de Espanha. A crítica, agora do PP é incoerente porque há quatro anos obrigou o PSOE a “esta” coligação, morre do seu próprio veneno.

Rui Rio primeiro, Mariano Rajoy e agora JLC vem juntar-se no comprometimento, porque não fazer escola, de deixar governar quem ganha as eleições, evitando assim alianças que algumas vezes podem por em causa a democracia e geralmente a boa governança.

Ou, há responsabilidade do PS e do PSD em deixar governar ou vamos ter um governo curto no tempo ou de cedências caras no futuro

Baptista Jerónimo, 20/11/23



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