O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) converteu o aniversário da academia num dia “para agradecer” e despediu-se do cargo, destacando a “missão cumprida” e o maior impacto da instituição no desenvolvimento da região.

Por causa da pandemia a celebração do 35.º aniversário fez-se hoje principalmente ‘online’ e, para António Fontainhas Fernandes, esta é “uma forma de vincar a resiliência de uma instituição, a sua capacidade de reinvenção, mas também a vontade de manter o rumo, apesar das dificuldades”.

O responsável termina agora o seu segundo mandato e, na segunda-feira, o conselho geral da UTAD elege o novo reitor entre os candidatos Emídio Gomes, Cristiane Derani e Vasco Amorim.

“Hoje é dia de homenagear aqueles que ao longo de um ano, de forma solidária, têm assegurado o funcionamento da instituição, garantindo que os estudantes pudessem prosseguir a sua formação, a atividade de investigação e têm apoiado as populações e as entidades do Sistema Nacional de Saúde”, afirmou Fontaínhas Fernandes.

Foi também hoje inaugurada uma galeria botânica e geológica dedicada aos antigos estudantes e que, segundo o reitor, homenageia “os ‘alumni’ que sempre acompanharam a trajetória” da academia transmontana.

“Foram oito anos de serviço público, sempre acompanhado por todos os que laboraram diariamente, com mais ou menos visibilidade: os que cuidam da ciência e do ensino, os que cuidam dos processos administrativos, os que cuidam dos espaços interiores e exteriores. A todos, repito, o meu obrigado”, salientou.

Fontaínhas Fernandes salientou que atualmente, na UTAD, a “produção de conhecimento é um processo mais fluído, mais dinâmico e mais articulado com a economia, com maior compromisso com a sociedade, com mais envolvimento internacional e maior impacto no desenvolvimento da região”.

Exemplos disso são, elencou, a plataforma de inovação da vinha e do vinho que originou um dos principais laboratórios colaborativos em que a UTAD está empenhada, a aprovação de dois laboratórios associados e a aprovação pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCCDR-N) de um polo do Instituto Fraunhofer no âmbito da agricultura de precisão.

Referiu ainda que “o recente modelo orgânico dos serviços é um bom exemplo do modo como a universidade está a mudar e a funcionar, cada vez mais, num plano horizontal, combatendo a expansão da burocracia, de procedimentos e formulários, e menos hierarquizada”.

“Desta forma, os estudantes ficam cada vez mais próximos do epicentro da universidade”, salientou.

O responsável apontou ainda o caminho que tem sido seguido pela academia para se transformar num ecocampus e promover a neutralidade carbónica.

“A pouco tempo de voltar a ser professor, porque um académico será professor toda a vida, reitero a minha convicção de que o futuro está na educação. Não esqueço, contudo, que a dimensão dos desafios com que nos defrontamos exige maior ambição na educação”, frisou.

O programa do aniversário incluiu uma sessão solene, com uma oração de sapiência sobre os desafios do Norte, proferida por António Cunha, Presidente da CCDR-N, e foi encerrada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

As distinções relativas à responsabilidade social foram atribuídas ao Santander Universidades e à Fundação JB Memorial Trust, pelo “compromisso continuado com o apoio aos estudantes mais carenciados”, e ainda ao Centro de Testagem Covid-19 da UTAD, pelo “significativo trabalho em prol da comunidade neste período complexo de pandemia”.

O dia termina com o concerto “Da UTAD para Vila Real - Uma homenagem musical à cidade percorrendo o mundo”, pelo clarinetista Nuno Pinto e o pianista Bernardo Soares. O concerto vai ser transmitido pela UTAD TV.



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