Durante três dias, as ruas da cidade de Vila Real transformam-se numa pista de corridas automóveis desafiante para os pilotos, atraindo muito público, que se espalha em bancadas oficiais e improvisadas, e é uma oportunidade de negócio.

O Circuito Internacional de Vila Real arranca hoje e prolonga-se até domingo, estando, nesta edição, reduzido a provas nacionais.

“Vila Real é a grande festa do automobilismo em Portugal, junta adrenalina, velocidade, imprevisibilidade, muita paixão, espetáculos à noite. É um grande momento de festa, porque os vila-realenses, e quem aqui vem, têm uma grande paixão pelo automobilismo”, afirmou o presidente da câmara, Rui Santos.


À volta da pista espalham-se os aficionados, que ocupam as bancadas oficiais, mas também outras improvisadas em andaimes, em muros, nas varandas e janelas de casas.

Diogo Lourenço, 22 anos, disse que as corridas fazem parte do “ADN de quem é de Vila Real” e, por isso, faz questão de não perder pitada do que se passa dentro de pista e até estremece quando passa um carro cujo motor “ronca mais forte”.

“Este ano não temos carros de turismo (WTCR) e, por isso, os do Campeonato Portugal de Velocidade são os que acabam por ter mais protagonismo”, referiu, garantindo que andará até domingo pelo circuito.

O edil Rui Santos salientou, no entanto, que “o circuito não é só festa e carros, é também emprego, economia e projeção de Vila Real, do Douro e do norte de Portugal”.

“O circuito tem impactos locais claros, óbvios, na hotelaria, na restauração, na venda de brindes, etc., como também tem impactos extraordinários em termos de imagem para o concelho”, frisou, acrescentando que o evento “põe Vila Real nos quatro cantos do mundo”.

Instalado numa zona em que passam muitos aficionados das corridas, o Spot Bar preparou-se para estes dias reforçando o stock de bebidas e ‘snacks’, bem como de mão-de-obra.

“Em anos anteriores tem havido bastante movimento. Este ano estamos a começar, mas esperemos que sim, que tenhamos uma grande afluência”, afirmou à agência Lusa Isabel Vilela, que também se confessa fã do desporto motorizado, pelo que, antes de ter o café, já vinha ver as corridas.


Esta empresária disse que o evento é “bom para o negócio e para a cidade, porque vem muita gente de fora conhecer Vila Real”.

Em 2023, o circuito inclui cinco provas nacionais: o Campeonato Portugal de Velocidade (CPV) e ainda o Campeonato Nacional de Clássicos, Legend, 1300 e Super Legend, nas quais estão inscritos cerca de 120 pilotos.

“Não tem nada a ver com o resto do campeonato, é aqui que há, realmente, calor humano, é a capital do desporto automóvel, sem dúvida alguma. Este afeto que as pessoas têm connosco é muito importante”, afirmou Manuel Fernandes, piloto que compete no CPV e descende de uma família ligada ao automobilismo em Vila Real.

Pelo que, salientou, o circuito urbano com 4,6 quilómetros é “muito emotivo, é adrenalina, é muito técnico e não permite erros”.

Pedro Salvador é um piloto, natural de Chaves, que este ano não vai correr, mas apenas acompanhar a sua equipa e diz que esta pista é especial pela “velocidade, as pessoas, a emoção, a adrenalina e a história”.

“A nível de circuitos não há comparação, os circuitos citadinos têm uma moldura humana com milhares de pessoas que se faz sentir também na motivação dos pilotos”, salientou.

Para Fábio Mota, de Vila Nova de Gaia, não há “nenhum circuito em Portugal tão desafiante” como o transmontano e, acrescentou, sobretudo “não há um público tão amável como este”.

Este piloto faz equipa com Bruno Pires, que recorda uma edição de 2022 “brutal” e com um “público entusiasmante”. “Nesta pista o erro paga-se caro, porque pode acontecer tudo”, frisou Bruno Pires.

Apesar do fim do Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), corrida disputada em Vila Real durante seis edições, a organização do circuito automóvel disse que recusou “deitar a toalha ao chão” em 2023 e, depois de várias negociações, apresentou em maio a “6 Horas Vila Real”, uma corrida de resistência organizada pela Creventic, empresa promotora do campeonato internacional “24 Series”.

Só que o número de pilotos inscritos ficou aquém das expectativas e a prova foi anulada na semana passada. Possibilidades como a prova DTM ou o campeonato do mundo de carros elétricos também não se concretizaram.


Esta 52.ª edição do circuito pretende ser mais inclusiva, pelo que foi colocada uma bancada/plataforma acessível para pessoas com deficiência, nomeadamente para pessoas com mobilidade reduzida, de acesso gratuito.

Paralelamente decorre a primeira edição do Wine and Food Circuit, com venda e provas de vinhos e comidas, e a animação está a cargo dos GNR, dos Expensive Soul e ainda da Banda de Música de Mateus.


Texto PLI // VR Lusa, Fotografia de Bruno Taveira



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