Classificado como um “cancro urbanístico” no centro da cidade de Vila Real, o inacabado hotel do parque está, neste momento, a sofrer obras que o transformarão num complexo habitacional.

O município liderado pelo socialista Rui Santos anunciou hoje que foi aprovado, em reunião do executivo, a aquisição da fração correspondente ao piso menos cinco do edifício, pelo valor de 336 mil euros, onde irá criar um parque de estacionamento para usufruto, prioritário, dos moradores do bairro dos Ferreiros.

“Com esta aquisição a autarquia pretende resolver as restrições do estacionamento existentes nas ruas de um dos bairros mais antigos e típicos de Vila Real”, salientou.

Com uma área coberta de 2.026 metros quadrados e um logradouro com 1.330 metros quadrados, o piso menos cinco terá capacidade para 27 lugares de estacionamento, 17 simples e 10 duplos, interiores, e 31 lugares ao ar livre.

A autarquia explicou que o acesso automóvel ao parque será efetuado pelo largo do Cano, no bairro dos Ferreiros, sendo para o efeito demolida uma habitação devoluta que é propriedade da câmara municipal.

O imóvel devoluto foi colocado à venda por um fundo de insolvência, através de um leilão eletrónico que se realizou em julho de 2018, e teve uma licitação máxima que ultrapassou os dois milhões de euros, tendo sido adquirido por um empresário do setor da construção civil de Bragança.

O edifício, que foi durante décadas um esqueleto de betão com vários andares, localizado junto ao parque florestal, era considerado uma das principais manchas negras de Vila Real.

O hotel representou um problema técnico-jurídico muito complicado, que envolveu herdeiros, bancos e depois um fundo de insolvência.

Em 2000, aquando do lançamento do programa Polis de Vila Real, o então ministro do Ambiente, José Sócrates, defendeu a implosão do edifício, sendo avançado, na altura, um investimento de um milhão de euros para este procedimento.

A ideia de Sócrates não avançou e, ao longo dos anos, a estrutura serviu de abrigo a toxicodependentes antes de ser vedado e, há mais de 10 anos, foi anunciada a sua reconversão num hospital privado, um projeto que nunca saiu do papel.

Fotografia: Diário de Trás-os-Montes



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