O ministro do Ensino Superior revelou hoje o seu apoio à proposta de criação de um centro académico clínico, que irá juntar a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o hospital de Vila Real.

Manuel Heitor associou-se à cerimónia do 35.º aniversário da UTAD, localizada em Vila Real, e destacou o papel que a academia transmontana tem desempenhado a nível nacional e internacional.

“A UTAD é uma referência na área dos estudos e das ciências veterinárias e da genética humana. Interessa agora alargar para a área biomédica e, provavelmente um dia destes, juntamente com o hospital de Vila Real, avançar certamente no estudo e no ensino da medicina”, afirmou o governante.

Foi assinado hoje um protocolo entre a UTAD e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, com sede social em Via Real, com vista à preparação do grupo de trabalho que vai avançar com a criação do centro académico clínico, que poderá vir a ser a base para um futuro curso de medicina.

“É um protocolo para uma proposta e a proposta tem o meu total apoio. Tem que ser, como todas as propostas, construída, desenvolvida”, afirmou Manuel Heitor.

O ministro disse ter conversado “muito” com o reitor da UTAD e o presidente da Câmara de Vila Real “para garantir que é uma aposta certa, dando os passos certos”.

Apontou que a aprovação pela Fundação para a Ciência e Tecnologia do laboratório associado na área da veterinária e a “construção gradual de tudo o que é uma relação na área biomédica, sobretudo associada à virologia e às relações entre os animais e os homens e àquilo que são as doenças zoonóticas”, mostram que “claramente” a UTAD “tem a capacidade” para aqui ser criado um centro académico clínico.

Esta é, frisou, uma “área particularmente crítica para o futuro de qualquer região” e uma aspiração que deve ser trabalhada.

O reitor António Fontaínhas Fernandes já disse que a “UTAD está empenhada na preparação de uma candidatura diferenciadora, dando resposta a uma necessidade nacional que ficou clara, agora, com esta pandemia”.

Para além da falta de médicos, o responsável apontou ao surgimento de “uma nova tipologia de doenças que está associada com a transferência para o homem das doenças animais”.

“Conhecíamos as questões da brucelose e outras, mas não com o efeito que está a ter esta pandemia”, referiu.

Fontaínhas Fernandes defendeu que, a nível nacional, é “necessária uma formação que estude a área das doenças zoonóticas (transmitidas por animais) e apontou as potencialidades da UTAD nesta área, pois já possui um “curso de medicina veterinária, acreditado internacionalmente”.

“Criar um curso no conceito de uma só saúde, saúde animal e humana, faz todo o sentido em Portugal e com uma linha de desenvolvimento europeia, e, por isso, é que está previsto para os dias 01 e 02 de junho, no âmbito da presidência europeia, que a UTAD seja o palco da discussão desta nova tipologia de doenças”, referiu.



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