A associação Arquivo de Memórias pediu hoje à Câmara de Vila Real que promova em “tempo útil” a elaboração de um estudo de impacte da construção de uma ponte pedonal na “reserva arqueológica da Vila Velha”.

A Câmara de Vila Real quer construir uma ponte sobre o rio Corgo destinada exclusivamente para deslocações a pé e de bicicleta, num investimento previsto de 6,9 milhões de euros, cabendo ao orçamento municipal cerca de um milhão de euros (15%).

A ponte, que está inserida no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), vai ter um vão de cerca de 320 metros de extensão, ligando as zonas da Vila Velha e da Meia Laranja.

Hoje, em comunicado, o Arquivo de Memórias, uma associação que tem por objetivo o registo, o estudo, a divulgação e a defesa do património cultural, pediu “publicamente à Câmara Municipal de Vila Real que promova em tempo útil a elaboração de um estudo de impacte da obra na reserva arqueológica da Vila Velha”.

A associação defende a realização de um “estudo prévio com base em sondagens arqueológicas na área onde supostamente a ponte vai assentar, no sentido de, se o projeto for avante, minimizar o mais possível o seu impacte ao nível do património cultural e arqueológico do sítio onde Vila Real nasceu”.

Contactado pela agência Lusa, o vereador do pelouro do Ordenamento do Território e Urbanismo, Adriano Sousa, afirmou que o estudo prévio do projeto já foi aprovado pela Câmara Municipal e explicou que, a “fim de dar sequência às fases seguintes do projeto e a nele incorporar todos os pareceres e sugestões das entidades que, nos termos da lei, têm de se pronunciar, foram solicitados pareceres" a diversas entidades.

Entre elas estão a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Administração da Região Hidrográfica (ARH) e a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

O Arquivo da Memória lembrou que, em 1995, quando se deu início às obras de construção de um pavilhão desportivo em terrenos da Escola Camilo Castelo Branco, foram “descobertas inesperadamente estruturas de dimensão monumental no subsolo”.

“E o pavilhão não foi avante. Tal como em 1995, é muito grande a probabilidade de uma obra pública voltar a cruzar-se com um pano da muralha medieval. Desta vez o pano do lado nascente, parcialmente soterrado no século XIX com a construção do passeio público em volta do Cemitério de São Dinis”, acrescentou a associação.



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