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Régua: Terra de encontros e de despedidas

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Régua: Terra de encontros e de despedidas

Costuma dizer-se que uma imagem vale por mil palavras e é bem verdade. As letras entrelaçadas e alinhadas dão-nos o supremo prazer e a imensa possibilidade de irmos para onde quisermos ir e sermos o que no momento queremos ser, mas uma imagem, num piscar de olhos rompe-nos de cima a baixo um trilho que leva à nossa alma.

Andava eu para aqui atrás dele, do assunto com que preencher esta folha em branco, quando deparei com uma fotografia com um pai a segurar uma menina nos braços que espreita para dentro de um comboio na Estação da Régua. Alguém partia deixando decerto uma saudade terna ao ponto de ser precioso mais um migalho de afagos trocados entre olhares que esbarram e se fixam.

Depois de ver esta, veio-me à lembrança uma outra antiga de para lá de um século. É famosa e está mesmo em livros. Do fundo do seu preto e branco ressalta o coração de uma mãe que no meio de uma multidão de soldados se despede do seu filho que vai para a Primeira Grande Guerra. Dilacera-nos, não pelo que se vê, mas pelas almas caiadas de negro que se pressentem.

Mas para além da torrente de sentimentos que estas duas fotografias nos fazem nascer, onde obviamente podemos incluir os provocados pela mera beleza estética que é de se lhe tirar o chapéu, existe uma evidência que nos afiança e ensina acerca da essência de uma urbe de seu nome Peso da Régua, terra de rio, de vinho e de gente.

Os seus primeiros alicerces foram aqui feitos por causa do rio que lhe corre junto aos pés de um jeito que aqui dá um mais fácil atravessar de uma para a outra margem. Noutros tempo em barcas de algum baldear, hoje em dia com pontes que são verdadeiras obras de arte utilizadas por professores de engenharia para que os seus alunos aprendam com quantos paus se faz uma canoa, num meu modo de dizer.

A Régua surgiu, desenvolveu-se e afirmou-se como encruzilhada de rotas entre o norte e o sul, entre o oeste e o leste. Em pouco mais de uma dúzia de anos, virou do nada, num dinâmico entreposto comercial. Rapidamente se abriram ruas e lojas de teres e haveres, de precisões e de ambições, com o dinheiro a circular de mão em mão, vindo dos fundos dos colchões para os cofres das lojas em pousio antes de ir dar aos bancos com balcão aberto na praça.

Para mal dos nossos pecados uma boa parte dele ia pouco tempo depois multiplicar-se lá mais para longe junto ao mar, mas isso é janela de outra casa, não sei se me entendem. O que entendemos todos é que a Régua antes e acima de tudo foi e é feita de dinâmicas e de emoções.

São elas que fazem os contornos de uma forma de vida passada ao redor das videiras com mil esperanças nas vindimas que se adivinham, e são elas que fazem de cada despedida um ponto de partida com regresso mais que desejado porque quando daqui se parte por muito que se leve, muita coisa se deixa ficar preso nas amarras do que se é.
Podemos até dizer que sendo nossa, a Régua tem também uma parte de chão que é de ninguém porque é de todos. Tem pontes de passagem, tem lugares de despedida e tem lugares onde se trocam apertados abraços por entre furtivas lágrimas que logo se limpam para não causar embaraços em quem vai e em quem fica.

A Régua é também um som que ressoa na cabeça de quem sente que tem de vir e de quem tem de esperar a chegada. É a ânsia que aumenta à medida que avançam os ponteiros do relógio da Estação. Mas é antes de tudo a esperança porque se sabe em toda a região que tudo vai bem quando como diziam os antigos, há sal na Régua, e porque na vida há sempre um ir e voltar.

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