Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Depois da vindima vem o lavar dos cestos II

Os partidos políticos são entidades organizadas democraticamente com a finalidade de proporcionar melhoria nas condições de vida das populações. O PS é um partido com responsabilidades e de valores como a liberdade, equidade, justiça social, direitos e solidariedade. O PS está hierarquizado por estruturas concelhias, distritais e de âmbito nacional, assim está vertido nos estatutos. As concelhias coordenam a política do concelho e têm como objectivo: 1º ganhar as autárquicas da sua área de influência - não ganhar por ganhar, mas ganhar para dar melhores condições de vida aos cidadãos; 2º colaborar com a Distrital; 3ª organizar e contribuir nas campanhas eleitorais; 4º fazer oposição sistemática e credível quando não é poder autárquico.

A estrutura Distrital coordena a política Distrital sendo o veículo de transmissão, das estruturas locais à direcção nacional do partido, nos dois sentidos.

Os partidos para se afirmarem necessitam que as estruturas funcionem em pleno. Os seus dirigentes, a qualquer nível da estrutura, têm de assumir a responsabilidade para que foram eleitos com saber e disponibilidade, trabalhar para o partido e não para uma qualquer ocasional ambição individual.

No PS do Distrito de Bragança, temos assistido a lutas fatídicas entre personalidades que em muito tem contribuído para as derrotas eleitorais e a não afirmação do partido. Muito mal vai uma organização quando, alguns indivíduos, só conseguem valorizar o que os separa, os interesses pessoais. Estes militantes, sabendo que estão a criar entropia, deveriam deixar cair os seus sindicatos de voto e ceder o palco a quem possa e tenha condições de fazer mais e melhor: serem magnânimos. A divergência de opiniões é salutar, enriquece os partidos, mas a rivalidade exacerbada não convive com a filosofia da política nem do PS. Assim, a bem do partido e das populações devem proporcionar condições para o (re)aparecimento de individualidades que, por sempre lutarem por ideais colectivos, se auto-afastaram ao não aceitarem tomar partido em facções. O PS necessita que apareçam novos actores com um projecto agregador, dinâmico, forte e de renovação.

A concelhia do PS em exercício, chegou ao poder numa situação que tem tanto de caricata como de atípica, mas dentro da legalidade estatutária. O que não invalida que não ficasse ferida de legitimidade e portanto condicionada. Até começou bem, grande participação no jantar de Natal, só que depois invernou. Não conseguiu por vontade própria, incompetência ou orientações de outros fazer política, e tinha tanto por onde: desde as erróneas opções políticas da Câmara; mobilização dos simpatizantes e militantes para as campanhas; dar alertas, fazer denúncias e propor políticas para o concelho, em suma, mostrar que o PS é uma válida alternativa. À presidente da Comissão Política Concelhia, não se pode imputar toda a responsabilidade, pois não é ela sozinha a concelhia nem o secretariado. O apagamento total desta estrutura, passa até pela não indicação de nomes para todas as mesas de voto nas eleições Europeias e Legislativas, esta irresponsabilidade não prejudicou só as anteriores eleições como se vai reflectir nas próximas. Só boa vontade não chega, se aceitaram o lugar por solidariedade personificada, é reprovável, se foi pela causa pública e partidária têm obrigação de fazer muito mais.

Momento de virar de página, preparar o partido internamente para as lutas externas que se avizinham. A eleição para a Concelhia e Distrital está à porta. Pelas razões aduzidas, são necessários novos protagonistas, com capacidade de suprimir as facções e todos juntos, trabalhar para ganhar as próximas eleições autárquicas.

Os partidos que são o garante da democracia, não lhes basta apregoá-la, têm de a praticar. Os militantes devem poder fazer as suas escolhas livremente, sem ameaças, constrangimentos e muito menos sob promessas de emprego que todos sabemos não possíveis de concretizar.

Aos futuros candidatos, às estruturas do PS, para o bem do Partido e do Concelho, não lhes basta querer ser. Têm de ter resposta afirmativa a uma pergunta simples, objectiva e de vital importância: Tenho condições de propor candidatos ganhadores à Câmara e a todas as Juntas de Freguesia do concelho?

A dissertação sobre este assunto vai continuar e a ajuda à resposta também.

Baptista Jerónimo


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