O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro regista atualmente 142 doentes internados com covid-19, mas ainda tem capacidade para abrir mais camas, adiantou hoje a diretora clínica que teme o aumento de internamentos nas próximas semanas.

“Neste momento temos 142 doentes internados com covid-19, 125 em enfermaria e 17 em cuidados intensivos. Ainda temos vagas quer em enfermaria, quer cuidados intensivos, e se for necessário continuaremos a abrir mais espaços dedicados à covid, porque nos preparamos para isso”, destacou a diretora clínica do centro hospitalar com sede em Vila Real, Paula Vaz Marques.

A responsável deste centro hospitalar, que agrega as unidades de Vila Real, Chaves e Lamego, fez hoje um ponto da situação aos jornalistas e realçou o “investimento grande” que foi feito pela instituição, “não só em recursos humanos como em equipamentos e infraestruturas”.

Para Paula Vaz Marques, neste momento ainda não se vive uma “situação de catástrofe”, mas se a população não tiver “os cuidados adequados” pode chegar-se a essa situação brevemente.

A responsável disse temer “as próximas semanas, porque o número atual de 14 mil infetados por dia vai refletir-se no número de internamentos”.

“Espero que não se esgote a capacidade, tenho esperança que não porque temos outros cenários preparados para se for necessário, mas tenho receio que a situação tome proporções avassaladoras”, salientou.

No decorrer da semana o centro hospitalar registou o maior número de doentes internados (157) devido a “um aumento franco do número de casos na região”.

Paula Vaz Marques referiu ainda que o CHTMAD tem transferido alguns doentes com covid-19 para hospitais do setor privado e social por indicação da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, o que tem permitido aliviar os serviços.

Apesar dos números elevados e do recurso a espaços não dedicados à covid-19, a diretora clínica garantiu que a “penalização não existe em termos reais porque os doentes não covid estão internados em outras áreas”.

“Está a ser reorganizado o espaço não covid, não tivemos ainda doentes que não tivessem cama, mas foi necessário desmarcar cirurgias não urgentes para termos mais camas nas enfermarias de cirurgia”, revelou.

Também o diretor da medicina interna do CHTMAD, Fernando Salvador, explicou que a situação tem piorado desde outubro com “um número de internamentos e sobrecarga maior”.

“O sentimento é de algum cansaço, mas vamos arranjando estratégias internas para encontrar mais energias. Atendendo ao grande volume de doentes internados o volume de trabalho é enorme”, sublinhou.

Para o médico, as medidas de confinamento decretadas esta semana e o avançar da vacinação irão permitir “ter uma melhoria a médio prazo, que se vai estender até ao verão”.

Mas antecipou um “próximo mês muito complicado para o Serviço Nacional de Saúde”, apelando à “responsabilidade de cada um”.

DYMC // JAP Lusa, Foto: AP



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