A Câmara de Vila Real vai perder dois vereadores nas eleições autárquicas de setembro, passando de nove para sete mandatos, devido à redução do número de eleitores, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Este é o único dos 14 concelhos do distrito de Vila Real que perde mandatos nas próximas eleições, marcadas para 26 de setembro.

Segundo dados divulgados pela CNE, o concelho de Vila Real tem inscritos 49.686 eleitores para as eleições autárquicas de 26 de setembro.

A legislação determina que nos municípios com mais de 10.000 eleitores e menos de 50.000 o órgão câmara municipal seja formado por sete elementos.

Nas eleições de 2017, o número de eleitores inscritos era de 50.698 e, nesse ano, foram atribuídos nove mandatos para a câmara (sete ganhos pelo PS e dois pelo PSD) e 27 para a Assembleia Municipal.

Quatro anos depois, o número de mandatos políticos a atribuir desce, passando para sete na câmara e 21 na Assembleia Municipal.

“Há uma coisa que sempre me intrigou e que é o número de eleitores ser maior que o número da população. E, portanto, ou os Censos estão errados ou o registo do número de eleitores está errado. Como se sabe, para cerca de 50.000 eleitores devíamos ter 70.000 habitantes, porque só votam os maiores de 18 anos”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Vila Real, o socialista Rui Santos.

Segundo os dados provisórios dos Censos 2021, o concelho de Vila Real perdeu 4,3% da população, passando de 51.850 para 49.623 residentes.

O presidente referiu que, em termos de população residente, o município teve uma variação negativa acentuada entre 2011 e 2017 que foi revertida para uma variação positiva nos anos seguintes (2018 e 2019).

Quanto à perda de população e eleitores apontou outros concelhos, como Porto e Lisboa, que também perderam e referiu que são movimentos “percetíveis e entendíveis” que também têm a ver com a taxa de natalidade que é “muito inferior ao número de óbitos”.

“Há dois anos a lei do recenseamento mudou e os emigrantes, e nós somos uma terra de emigrantes, passaram a estar recenseados nos países onde trabalham e esse movimento alterou o número de recenseados no concelho de Vila Real”, acrescentou ainda o autarca.

Segundo Rui Santos, esse “movimento” trouxe recentemente “mais 200 eleitores” e nos meses anteriores “tinha tirado 500 eleitores”.

“É um movimento praticamente constante. Acresce que Vila Real é uma cidade que tem muitos habitantes que não estão cá recenseados, que não é aqui a sua primeira morada, como os estudantes universitários, médicos e enfermeiros que trabalham no centro hospitalar e nos hospitais privados, professores e outros funcionários da universidade. Esse movimento é natural e normal e não me deixa particularmente preocupado”, salientou.

O autarca preferiu realçar que o concelho tem, neste momento, uma “taxa de desemprego inferior à média nacional” e que “nos últimos anos ganhou mais de 2.500 postos de trabalho”, com a instalação e ampliação de empresas no concelho.

“Vila Real continua a ser o principal motor económico de todo o Interior Norte”, salientou.

Fotografia: Diário de Trás-os-Montes 



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