O presidente da Câmara de Vila Real classificou ontem como “inenarráveis” as condições em que funciona o Comando Distrital da PSP e salientou que o município já avançou com o terreno e o projeto para o novo edifício.

“Em pleno século XXI as instalações em que funciona a PSP em Vila Real são inenarráveis”, afirmou Rui Santos, que falava aos jornalistas após a cerimónia do 140.º aniversário do Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública.

O novo edifício, reclamado há vários anos, foi o assunto em destaque nos discursos do autarca e do comandante distrital da PSP, o superintendente Mário Pereira, durante a cerimónia.

“Neste dia de festa permitam-me que partilhe convosco duas perplexidades, a primeira é que 140 anos depois de a PSP ter chegado a Vila Real, esta instituição fundamental para a nossa comunidade continua a não ter instalações dignas e tenha de desenvolver a sua atividade recorrendo a espaços emprestados ou adaptados”, salientou Rui Santos.

Por sua vez, o superintendente Mário Pereira realçou que a concretização do projeto iria possibilitar: melhores condições de trabalho para todos os profissionais que servem o comando, melhores condições para receber e atender todos os cidadãos que recorrem à Polícia, concentrar serviços e subunidades que se encontram dispersos e melhorar a qualidade da prestação dos serviços.

“Todas estas variáveis contribuirão decisivamente para elevar os níveis motivacionais dos profissionais de polícia e consequentemente contribuir para um melhor ambiente securitário para toda a comunidade”, frisou.

No final da cerimónia, questionado pelos jornalistas, o diretor nacional da PSP, Magina da Silva afirmou que os meios quer materiais (edifícios, armas, carros) quer humanos “são por definição escassos” e lembrou que a manutenção e construção de instalações são financiadas pela lei de programação das infraestruturas e equipamentos para as forças e serviço de segurança, que “estabelece prioridades.

“Dizer-lhe que o Comando de Vila Real vai ou não vai ser considerado como uma prioridade, eu diria que há outras prioridades. Está a ser trabalhado, mas temos instalações a precisarem de uma intervenção bem mais urgente do que as instalações de Vila Real. É tudo uma questão de priorização e de alocação dos recursos financeiros que são por definição escassos”, acrescentou.

O presidente da Câmara de Vila Real referiu que o município fez um “investimento muito grande no projeto”, explicando que o seu custo ronda “os 10%” do valor global da obra, de cerca de “nove milhões de euros”, e que o mesmo já foi entregue ao ministro da Administração Interna.

“Ninguém faz este investimento se não houver uma expectativa razoável de que a obra possa ser uma realidade”, frisou, recordando que o protocolo entre a autarquia, o Ministério da Administração Interna e a PSP foi assinado “há mais de quatro anos” e que durante esse período foi necessário acertar o projeto e houve uma pandemia que atrasou os processos.

Para Rui Santos seria “absolutamente inaceitável” se, depois de a câmara avançar com o terreno e com o projeto para concretizar uma obra “da qual se anda a falar desde 1985”, o “processo não avançasse”.

A segunda perplexidade do autarca diz respeito ao facto de, 140 anos depois, a PSP ainda não tenha sido agraciada pelo município, pelo que anunciou que vai propor a entrega da medalha de ouro da cidade à Polícia no dia da cidade, a 20 de julho.

O comandante Mário Pereira aproveitou para fazer um balanço da atividade operacional da PSP no distrito, no ano passado, cuja área de atuação corresponde às cidades de Chaves e de Vila Real, salientando que a criminalidade geral e a violenta e grave “apresentou um tendência de descida”.

“Em 2022, a criminalidade geral verificou uma diminuição de 4% e a criminalidade violenta e grave apresentou um decréscimo de 39%. Por sua vez os crimes resultantes da proatividade policial mostraram um incremento de 24,5%”, afirmou, explicando que a comparação foi feita relativamente a 2019, antes da pandemia.

A PSP deteve, no ano passado, 231 suspeitos na sequência de vários ilícitos criminais, entre os quais 153 (51%) por condução sob o efeito do álcool, 26 por condução sem habilitação legal, 10 detenções por tráfico de estupefacientes e 46 em consequência de mandados judiciais de detenção.

“O crime com maior valor absoluto no ano de 2022 foi precisamente o crime de condução sob o efeito do álcool o que é representativo do excelente ambiente securitário que se vive na área da responsabilidade da PSP de Vila Real. A criminalidade violenta e grave representou 3,6% da criminalidade denunciada em 2022”, acrescentou Mário Pereira.



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