Fui acompanhando pela comunicação social o que se ia passando no quadrante político nacional, sem grande ilusão, mas com curiosidade, chegando à conclusão de que não mereceram ser gastos quase trinta milhões d’euros! Os partidos com assento parlamentar – gritaram todos o que deles já era d’esperar! A mim deixaram-me rigorosamente como estava antes, considerando mal empregue a verba que gastaram, quando há muita gente a precisar muito mais do que eles.
No concernente aos jornalistas, ressalvando alguma exceção se porventura a houve, estiveram aquém, nomeadamente quando iam além da sua incumbência nas informação e imparcialidade; que esta deveria ser deixada prás respetivas urnas de voto! Mas em lugar disso encristavam-se, como galos a defender as suas frangas, principalmente com os dirigentes dum partido em que alguns chegavam ao ponto de debater com os entrevistados; tentando travá-los com interrupções tendenciosas e armadilhas ardilosas. Portanto bem ao contrário do que deles se esperava. Então, com os seus reprováveis atos por falta d’ética profissional, contribuíram decisivamente pró desfecho final que, pelos vistos, resultou contrário ao que eles pretendiam. Quanto aos restantes portugueses, entendiam isso e utilizaram a única arma disponível para mudar os previsíveis resultados, tão desejados pela maior parte dos comentadores e o referido tipo de jornalistas. O que uns e outros muito contribuíram pra que o partido, que tanto desejavam ver estrangulado e nas urnas derrotado, fosse promovido ao segundo mais votado e assim ascendesse ao estatuto de 1º da oposição. Posto isto, não me venham cá com essa do Não é Não, porquanto nunca se pode dizer “desta água não beberei”. Não m’admiro nada que daqui a quatro anos, se não for mais cedo esta futurologia antecipada, tenhamos o destemeroso André Ventura, na liderança do seu governo em Portugal!…
André Claro Amaral Ventura, de seu nome completo e duplamente claro, foi o único político que levou alguns às urnas e, quando lá iam, deixarem de votar em branco! Posso estar enganado, mas a minha convicção é de que este homem é fora do normal e que precisávamos de muitos como ele em Portugal! Quanto ao partido que fundou e vem liderando, contrariamente ao que muitos não se cansam d’apregoar, não é de lado nenhum, porquanto é de todos os lados. Efetivamente, nesta minha simples ótica, Ventura necessitava de mais uns trinta ou quarenta como ele, o que nunca os virá a ter. Sim, porque homens com a capacidade dele e a pô-la despretensiosa e impolutamente ao serviço de Portugal – ainda não conheço mais nenhum igual –Portanto, desta vez, deveria ter apostado nele; pois das chefias muito se devia esperar pra demover e alinhar os retrógrados que só têm vindo a pensar neles, com jogadas pouco claras e algumas mesmo obscuras!
Ventura, o mais destacável dos dirigentes políticos em Portugal, se um dia for chamado a formar governo e não tiver no partido matéria-prima que lh’agrade vai-a buscar à sociedade civil; pois claro que não é líder para acobertar quem falhar, como outros o têm vindo a fazer, a começar aqui por um cabeça de lista do nosso distrito – que foi obrigado a dispensar-se do elenco governamental por maculado, não obstante serviu prá primeira linha de deputado?! Claro que sim e de qualquer maneira, desde que façam parte da comparsaria, passam todos e sem passar por nenhum crivo nem joeira! Nos partidos políticos que temos e mesmo na sociedade civil são compensados os mafiosos mais habilidosos! Senão veja-se o dermatologista com 400 mil euros em dez dias!!!?...
Voltando às intrepidezes do ponderoso André Ventura, pra definitivamente me convencer a dar-lhe o meu agrément, os seus feitos e os seus atos têm necessariamente de falar por ele! E, nesta curta espera, parece-me que que já começaram a falar, mas ainda não o suficiente pra me mobilizar.
Embora fosse retornado d’Angola, aquando era mais novo votava nos partidos esquerdistas, contrariando assim praticamente todos os regressados das ex-colónias!... Entretanto, com o passar dos anos e analisando-os um pouco mais a sério, cheguei à conclusão de que uns e outros puxam sempre pró seu EU, primeiro, depois pró partido e prós seus amigos e comparsas. Agora, embora não totalmente convincente…, entre direita e esquerda há umas ligeiras diferenças: a primeira cria postos de trabalho, gera riqueza e ampara mais o país, embora com a mira fixa no lucro. Até aqui tudo mais ou menos; mas o problema é que o ser humano quanto mais têm mais quer e, com muita facilidade, olvida os que estão no fundo. Mesmo assim das esquerdas nada se pode esperar porquanto pra se distribuir é preciso primeiro criar…. Aliás, a direita e a esquerda já não existem: Ventura, praticamente acabou com o almejo que delas restava. Efetivamente o seu partido é apoiado por todas as cores políticas. Isto é bem claro e está à vista de todos.
Continuando a desabafar, agora aqui pra nós os dois do costume, leitor e eu, aquando via as carnavalescas procissões com aqueles que sempre foram espezinhados e agora ali a baterem palmas atrás das comanditas, eu quase me passava e, como sói dizer-se, até ia aos arames! A grave doença das campanhas eleitorais nas arruadas e não só, é parecida com a não menos grave do futebol! Em cujas não me revejo e por isso não as posso apreciar.
Quanto à lei geral do nosso Portugal, nunca foi cumprida por quem jurava cumpri-la e fazê-la cumprir, antes pelo contrário; pois, pelo menos que eu saiba, apenas um governante, em 1974, fez um bom gesto nesse sentido, subindo 500 Esc. desde a mulher das limpezas ao diretor geral do funcionalismo público. Enquanto comparativamente, aquando do reinado d’António Costa, aumentaram o salário dos funcionários do estado – dos 1º e 2º níveis em dez euros – e na mesma levada o dos juízes em fim de carreia em 700. E depois, demagógica e mesmo provocatoriamente, apareceu na televisão uma ministra, intitulada da organização e modernização do território nacional, a anunciar com uma certa pompa que o aumento dos dez euros aos mais desgraçados se inscrevia numa lógica de justiça social(?!); ignorando deliberadamente os 700 dos outros! Pelo amor de quem mais sofre, tenham juízo nessas cabeças cheias de cifrões, umas, e outras repletas d’areia!!!...
Quando este artigo for dado à estampa, se disso vier a ser merecedor, possivelmente já o 1º ministro, embora continue manchado, terá formado governo; só espero que saiba escolher bons parceiros e sobretudo sem erreiros. …. É clara evidência que a Constituição deve ser alterada e com urgência. Por exemplo, onde diz que os deputados vão de 200 a 230 – devia dizer que só podem ir de 70 a 80; que o distrito de Lisboa não pode ter 48 e o de Bragança apenas 3; que os 1ºs ministros não podem formar governos com mais de 10/12 ministérios, nem inventar job for their boys; que só se deve pagar os salários nos doze meses do ano; que quem trabalha não deve ter esmolas subsidiárias, mas sim salário digno; que os subsídios de natal e de férias existentes devem ser somados e dividido o seu resultado por todos os seus destinatários em plena igualdade de circunstâncias, enquadrando-o nos salários dos doze meses que o ano vem contemplando; que se deve acabar com os representantes do presidente de Portugal, prós Açores e prá Madeira; que se deve por fim aos conselheiros d’Estado; que os deputados devem ter um único salário digno e fazer os descontos legais sobre a sua totalidade, como todos nós outros, e não apenas sobre 52% como tem vindo acontecendo; que se devem tapar os buracos suscetíveis de tantas fugas prá frente e por forma a evitá-las; que se deve cortar regalias a quem se reforma por ter estado em descanso público à sobra da bananeira; que a nossa presidência de Portugal, não pode continuar a gastar duas vezes e meia mais do que a corte do rei, aos espanhóis; que, enquanto houver aproximadamente dois milhões de necessitados, não pode haver regalias pra ninguém; que os salários devem ser estipulados com base no salário mínimo nacional e nunca com base no do presidente de Portugal; que messe d’assembleia nacional deve ser suportada por quem a usa, e tantos outros males que não ficam aqui escrevinhados e são muitos!
Contrariamente ao que pensava num antigamente não muito recuado, não me reconheço na república de Portugal, porque este presidente fez com que me tornasse monárquico, mormente por uma solução bem mais económica. Temos tido presidentes fracotes, mas este é simplesmente péssimo – e na reforma vamos dar regalias avultadas a quem tão mal serviu Portugal! Os simbolismos podem tornar-se perigosos quando, teimosa e tristemente, contribuem para ferir e com alguma gravidade à volta de dois milhões de nossos bucólicos concidadãos…. (27-05-2025)