Adelino Martins

Adelino Martins

(Remodelação das polícias) 2ª e Última parte

Antes d’ir mais longe, deve-se aqui escrever que era preciso remodelar todo o nosso País, o que eu há mais de seis anos o fiz e a que dei o título: “Assimetrias Causas e Soluções”, onde, ao longo de 290 páginas, provo por A + B que todos podíamos viver bem sem que alguém vivesse mal. Assim todos o quiséssemos de nossa livre e espontânea vontade especial. (Na 1ª parte, onde escrevi que o recrutamento devia ser entre 18 e 25, retificaria pra 17 e 22)

Enquanto as percentagens nos distanciam, também veio um ainda maior distanciamento e de supetão, sem nenhum propósito nesses então, que foi o que creio já ter escrito na 1ª parte. Claro que, antes de chegarmos a bom porto com estas e outras teimosias, teríamos de navegar pelas inúmeras tempestades mar fora e, até, de termos que convencer os altamente prejudicados!... que são muitos e se deveriam bater pra mudar as coisas…. Contudo essa maioria é desinteressada e resignada, infelizmente! Sabendo-se que é por demais evidente que enquanto não travarmos de bem acima pra baixo, os rendimentos salariais dos mais pequenotes vão diminuindo cada vez mais com os pinotes dos mais grandotes!

Estas minhas ideias de juntar as polícias que, teimosa e paralelamente, desempenham as mesmas funções, fazem parte da remodelação que a nossa pátria há muitos anos necessita. Temos de considerar que os homens têm as suas necessidades e se uns as podem suportar mais do que outros isso é normal, pois sempre assim foi e será e não só no nosso Portugal. Agora o que é necessário, isso sim, é que sejamos menos desiguais. Assim, neste caso concreto, enquanto o diretor nacional tem de base 5.300 euros mais uns acrescentos, os polícias têm entre 850 e 1200 euros. Mas então quem é que dá mais o corpo ao manifesto? Não é seguramente o diretor nacional, este ainda ocupa, por sua conta pessoal, um chofer, um guarda-costas, um carro com gasolina e manutenção e até pode incumbir o chofer de levar e ir buscar os filhos à escola, à piscina, ao ginásio; a mulher às compras, ao cabeleireiro ou onde ela entender!...

Uma das coisas que mais devíamos fazer e poucos o fazemos, é pôr-nos sempre, todavia sempre, no lugar dos outros. Assim, quem é que deveria estar primeiro, era aumentar 08% da verba d’assembleia da ferradura e de 06% a da presidência da ‘corte republicana’ do papagaio-mor – ou a dos salários mais baixos da função pública de Portugal –?! Pelo amor daqueles que mais dão o corpo ao manifesto, tenham, pelo menos uma vez, uma nesga d’estima e consideração! Sim, senhores ditos cujos que nos tendes vindo a governar e a tantos a prejudicar. Portanto se uns são subidos a salário por simples decreto, outros, porém, têm de ser pela luta que, desarmada e democraticamente, dificilmente vencerão uma batalha sequer quanto mais a enorme guerra fria!

Na situação atual, o diretor-geral da polícia nacional – quando deixar de o ser – não pode ocupar um cargo abaixo daquele! Pelo que assim se perdem oficiais de polícia que ficaram caros ao estado! Com o sistema ensaiado por mim, acabar-se-ia com as aterragens paraquedistas no topo do corpo de Polícia Nacional. Por exemplo, um oficial acabado de sair da escola superior de polícia, é superior hierárquico dum chefe intermédio no 3º degrau do seu nível e prestes ao fim de carreira – que sabe muito mais daquilo do que ele. Por outro lado, também se encurtava as distâncias, repondo-se deste modo a igualdade de circunstâncias, bem como a competência e eficácia da polícia. Com efeito, um oficial que viesse a comandar uma unidade, mesmo no seu 1º posto d’oficial, já sabia bem o que estava a fazer e, portanto, não tinha d’aprender com os seus subordinados como hoje pode acontecer e acontece seguramente! Eram quatro anos e meio de curso superior pra um oficial – com as mais valias que facilmente se podem reconhecer. Também assim a PN era mais homogénea, mais sólida, mais segura de si. Portanto, repetindo o escrito na 1ª parte, 9 degraus na hierarquia da polícia nacional eram suficientes, justos e humanos – a contribuírem pra uma justiça social que ainda não a temos em Portugal – e que, pelo andamento que se está a ver, nunca, jamais e em tempo algum, a chegaremos a ter! aceite-se ou passe-se por cima d’acintosa redundância.



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