O Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), inserido no Circuito Internacional de Vila Real, é uma oportunidade de negócio que muitos aproveitam neste fim de semana e que aliam com a paixão pelas corridas automóveis.

À volta da pista 4,6 quilómetros, que se estende pelas estradas da cidade, foram colocadas barracas de venda de bebidas e comidas e, os restaurantes e cafés próximos, reforçaram o ‘stock’ para estes dias e os colaboradores.

A 51.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real começou hoje, prolonga-se até domingo e, apesar de só haver treinos das provas nacionais, foram já muitos os aficionados que se espalharam ao longo da pista, que podem ir percorrendo a pé.

A barraca “Curva 16” está instalada na zona de Mateus. É o primeiro ano que Manuel Carvalho ali está e aproveita para fazer algum negócio e, ao mesmo tempo, espreitar para os carros que passam ali mesmo ao lado.

“Adoro as corridas. Quando ficava ali em baixo na Araucária perdia-me era a ver as corridas e nem atendia os clientes. Andavam-me sempre a chamar que eu fugia”, afirmou à agência Lusa.

Por estes dias conta com a ajuda da família, mulher e filhos e, para além das bebidas, preparou 15 barris de cerveja, vende também algumas comidas, como bifanas, panados e caldo verde e as expectativas “são boas”, antevendo a vinda de muito público à cidade transmontana.

Por trás da barraca, colocou bancadas improvisadas em andaimes para os seus clientes.

Mais abaixo, no jardim de uma casa, Pedro Teixeira colocou a barraca do “Salsa”. Ali também há bancadas improvisadas, sombra, mesas, cadeiras e casa de banho.

“Não poderíamos faltar a mais um ano com este divertimento, com o público e corridas que tanto adoramos”, salientou.

E o regresso era, frisou, “muito ansiado” depois de uma paragem de dois anos por causa da pandemia de covid-19.

“Não deixa de ser uma oportunidade de negócio, mas é mais pelas corridas. O negócio é um extra”, sublinhou, apontando, no entanto, que este ano há uma dificuldade acrescida devido ao “aumento dos produtos”, como das bebidas.

Às despesas acrescenta-se o aluguer da barraca que é pago ao concessionário.

Já em miúdo, contou, pendurava-se nos muros para ver as corridas. A paixão ficou e a sua pena é “não poder pilotar” um dos carros.

“É o nono ano aqui nas corridas e este ano associei-me ao ‘Salsa’ com a parte das comidas”, referiu Nuno Moreira.

Não é um aficionado pelas corridas, mas sim pela “festa” que dura três dias. “Fiquei fascinado pelo movimento, pela festa, pela confraternização”, frisou, prevendo uma “grande afluência este ano”.

João Paulo Grilo abriu o restaurante “Curva 24” no 48.º Circuito de Vila Real.

“Com certeza que, para o negócio, as corridas são uma mais-valia. Nós temos a lotação toda esgotada, tanto sábado como domingo. Isto mexe mesmo com a cidade”, afirmou o empresário.

As reservas foram feitas ao longo do último mês, o restaurante estará aberto durante o dia todo para venda de bebidas e de outras comidas, os ‘stocks’ foram reforçados e também os colaboradores que, nestes dias, passam dos habituais cinco para 10.

“Este é um fim de semana atípico, é um fim de semana que vale por uma semana de vendas”, afirmou.

João Paulo Grilo assume que é um aficionado pelas corridas. “Está no meu ADN, já desde pequeno que adoro corridas”, afirmou, explicando que o nome do restaurante corresponde à curva do circuito onde está localizado.

O trabalho mais intenso não deixa ver, no entanto, os carros a passar. “Só ouço o barulho e sinto o cheiro da gasolina e dos travões e só isso já me alegra, já fico satisfeito”, sublinhou.

Maria Adelaide tem o restaurante “Cantinho da Borralheira” ao pé das boxes dos campeonatos nacionais e anseia por um fim de semana de “bom negócio”. “Isto tem andado muito mau”, salientou.

Maria Adelaide salientou que “está tudo preparado”, com mais ajudantes e comidas ligeiras (bifanas, bola de carne e rissóis) e venda da cerveja à entrada do restaurante.

O café “Spot” está numa esquina onde muitas pessoas aproveitam para espreitar a passagem dos carros de corrida e por onde passam para irem para a zona da pista.

“Estamos à espera de um bom fim de semana para o negócio que, nestes últimos dois anos, esteve um bocadinho parado”, afirmou Isabel Vilela, que apontou que as corridas são, “sem dúvida, uma alavanca”.

Devido à previsão de altas temperaturas as bebidas foram reforçadas, mas ali também há bifanas e bolos à venda.

A cidade de Vila Real acolhe até domingo o WTCR, que conta com a participação do português Tiago Monteiro (Honda) e ainda seis provas nacionais: Campeonato de Portugal de Velocidade, dos 1300, dos Legends, dos Classics e da Kia Picanto GT Cup.

Foto: AP



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