Os residentes em 14 aldeias pequenas e isoladas de Vila Real, afastadas das linhas públicas regulares, vão dispor de um transporte flexível a partir de hoje quarta-feira, foi anunciado.

O serviço vai ser assegurado através de um miniautocarro de nove lugares, que foi apresentado hoje e está incluído na nova concessão de transportes públicos.

“Há locais com quatro ou cinco casas que passam a ter uma oferta de transporte público”, afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos.

O transporte flexível vai estar disponível em 14 pequenas localidades do concelho, afastadas 750 metros da rede regular de transportes, e vai funcionar em horários e dias predefinidos. Os residentes têm de fazer uma marcação por telefone (259 336 806) e esperar a confirmação da reserva, também por chamada telefónica, SMS ou e-mail.

João Polónia, da empresa TUVR – Transportes Urbanos de Vila Real, do grupo Rodonorte, garantiu que a viagem será feita mesmo só com um passageiro.

“Este transporte flexível funciona de acordo com as reservas que forem efetuadas nos lugares que estão definidos (…) A pessoa pode realizar a marcação da viagem de ida, como de volta e as reservas estão disponíveis até às 16:00 do dia anterior”, acrescentou.

Nas aldeias com mais residentes poderá haver três transportes por semana e nas mais despovoadas uma, sendo que o percurso, dependendo do lugar de origem, poderá passar pelo centro de saúde de Mateus ou pelo hospital ou feira do levante, e acaba no terminal rodoviário.

Rui Santos frisou que se trata de uma oferta de transportes públicos que “não existia”, em sítios “muito pequenos” onde um autocarro grande não chegará sequer”.

“Este não é um processo encerrado, é um processo que se vai ajustando em função da procura”, afirmou o autarca.

A nova concessão tem a “vantagem de integrar os transportes urbanos, os interurbanos e os flexíveis”, enquanto a anterior concessão incidia apenas nos transportes urbanos.

O objetivo, segundo Adriano Sousa, vereador da Câmara de Vila Real com o pelouro das acessibilidades, mobilidade e transportes, foi melhorar o serviço de transportes públicos que tem vindo a ser oferecido à população.

Concessionado à empresa TUVR, o novo serviço tem também uma nova uma linha circular feita por um miniautocarro elétrico que liga os bairros dos Ferreiros, Santa Maria, Pimenta, bem como vai ao centro de saúde de Mateus, locais com dificuldades de acessibilidades e que não dispunham, até agora, de transporte público.

Ao todo, segundo João Polónia, estão ao serviço 41 autocarros, três dos quais elétricos, e esta nova operação foi reforçada com 20 motoristas.

João Polónia destacou a “efetiva alternativa ao automóvel privado e que permite às pessoas andar mais de transporte e, consequentemente, obter poupanças tanto a nível económico como ambiental”.

Foi ainda disponibilizada uma aplicação ‘online’ com informação sobre horários, linhas e onde, inclusive, podem acompanhar o percurso dos autocarros em tempo real.

“É claramente um passo muito importante. Já o disse há mais de seis anos que não estávamos satisfeitos com os transportes públicos urbanos que oferecíamos aos nossos concidadãos”, afirmou o presidente da autarquia, Rui Santos.

A nova concessão tem uma indemnização compensatória de cerca de 680 mil euros por ano e a duração de 10 anos.

Para avançar com o novo concurso público internacional, o município decidiu revogar o contrato com a transportadora Rodonorte, grupo ao qual pertence a empresa que explora os transportes urbanos.

Em 2015, a Câmara de Vila Real adjudicou a concessão do serviço de transportes públicos urbanos à Rodonorte. A Avanza, anterior concessionária do serviço através da Corgobus e que perdeu a exploração que detinha desde 2004, decidiu impugnar judicialmente o resultado do concurso e interpôs uma providência cautelar para a suspensão imediata da adjudicação e do contrato.

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, já em 2016, suspendeu a concessão e o município avançou com o ajuste direto do serviço à Rodonorte, que foi renovado anualmente com “o visto do Tribunal de Contas”, enquanto se esperava que o tribunal julgasse a ação principal do processo.



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