O município de Vila Real está a realizar ações de fogo controlado na serra do Alvão para prevenir incêndios e, em simultâneo, promover a renovação das pastagens pedida pelos criadores de gado.

A iniciativa junta a autarquia, os bombeiros da Cruz Branca, equipas de sapadores florestais, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e está a ser desenvolvida em conjunto com os pastores e produtores de vaca da raça autóctone maronesa.

Hoje decorreu uma ação de fogo controlado na serra do Alvão, perto da aldeia de Lamas de Olo, durante a qual foram queimados cerca de 10 hectares de mato.

Nesta área vão ser intervencionados à volta de 60 hectares e prevê-se a gestão de 100 hectares até ao final do ano, em todo o concelho.

“Temos nesta atividade de gestão através do fogo uma forma rápida, mais fácil e mais barata de reduzir os combustíveis de maneira que, quando chegarmos ao verão, tenhamos menos combustíveis para arder e, portanto, temos risco de incêndio mais baixo”, afirmou Carlos Silva, vereador da Câmara de Vila Real.

E, simultaneamente, segundo o autarca, aproveita-se para “renovar as pastagens” para dar “resposta às necessidades da pastorícia que é alimento para os animais”.

“O nosso objetivo é que esses agentes que precisam destes espaços venham ter connosco e nos peçam para fazer essa renovação, que nós fazemos de forma ordenada e tecnicamente ajustada”, frisou.

O fogo controlado, também designado de “fogo frio”, é feito no inverno e em dias com condições específicas para a queima poder ser realizada e em condições de segurança.

No terreno as parcelas a gerir são preparadas previamente. Os sapadores fazem cortes na vegetação e, depois, os meios de combate são posicionados para controlar e acompanhar a progressão das chamas. A ação é realizada por técnicos de fogo controlado do ICNF, do Gabinete Técnico Florestal (GTF) do município e dos bombeiros.

O comandante dos bombeiros das Cruz Branca, Orlando Matos, reforçou que o fogo controlado permite “fazer prevenção e, além disso, recuperar estes espaços para a pastorícia”.

O responsável referiu que estas ações “contribuem para, de facto, dim

inuir o número de ocorrências por atos dolosos” e, por outro lado, também se verifica que, em caso de incêndio, a sua intensidade e progressão diminui quando atinge as áreas intervencionados, tornando-se mais fácil o combate.

“Nós também aproveitamos este tipo de ações para dar treino aos nossos elementos e formar bombeiros como operacionais de queima. Neste momento temos cerca de 30 elementos formados, fruto destas ações (…). Também temos algumas pessoas já a fazerem formação para técnicos de fogo controlado”, salientou Orlando Matos.

As ações de fogo controlado têm sido feitas com regularidade nos últimos anos e estão previstas no Plano Municipal de Floresta Contra Incêndios.

Em 2020, foram contabilizados 104 ocorrências de incêndio e 24 hectares de área ardida no concelho de Vila Real.



PARTILHAR:

GNR deteve homem de 32 anos com um punhal e haxixe

Reabilitação da Igreja de Nossa Senhora da Azinheira em Outeiro Seco