A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) lidera o projeto MINECO que dispõe de 800 mil euros para desenvolver produtos ecoinovadores com origem em resíduos das minas alentejanas de São Domingos e Neves Corvo.

A academia instalada em Vila Real disse hoje, em comunicado, que o objetivo é desenvolver “métodos alternativos para reciclar resíduos da exploração de sulfuretos metálicos, para aplicação em infraestruturas das indústrias da construção e mineração”.

“A combinação das excelentes propriedades mecânicas dos rejeitos com ligantes sustentáveis criará materiais integrados, tecnicamente competentes e ambientalmente otimizados”, afirmou Nuno Cristelo, responsável da UTAD pelo projeto.

O projeto MINECO - New Eco-innovative Materials for Mining Infra (Novos materiais ecoinovadores para infra mineração) vai incidir sobre as minas de São Domingos, que está encerrada, e de Neves Corvo, em exploração, ambas situadas no Alentejo.

O investigador explicou que, quando a mina é encerrada, vastas quantidades de materiais provenientes de atividades de mineração (escombro e rejeitado) são deixados o que “exige tratamentos sustentáveis que, idealmente, deveriam incluir taxas de reciclagem muito elevadas”.

Exemplo disso são, acrescentou, os resíduos de mineração gerados a partir da produção de metais básicos como cobre, chumbo e zinco, que representam “o maior volume de resíduos extrativos na Europa (cerca de 600 megatoneladas/ano) e que representam um sério potencial de drenagem ácida”.

Nuno Cristelo adiantou que “novas e avançadas tecnologias serão abordadas neste projeto, para reciclagem específica de rejeitos de exploração de minas de sulfuretos”, incluindo a presença de “uma forte componente de valorização de subprodutos de mineração”, já que os resíduos “serão reaplicados em necessidades específicas desta indústria, concretamente em camadas de enchimento de galerias mineiras desativadas, entre outras situações”.

O investigador referiu que, neste projeto, o conceito de design ecológico estará também presente, devido à “natureza alternativa” das matérias-primas utilizadas e à “maior durabilidade destes ligantes alcalinos, relativamente às soluções tradicionais, à base do tipo de cimento Portland”.

Os impactos, ao nível da sustentabilidade, relacionados com as vertentes socioambientais, económicas e técnicas serão avaliados e controlados ao longo deste projeto europeu financiado pelo Horizonte 2020, que tem a duração de três anos e um financiamento de cerca de 800 mil euros.

Para além da UTAD, o MINECO tem como parceiros a Universidade do Minho e a empresa Tapojärvi Oy, da Finlândia, e pretende contribuir para um desenvolvimento industrial sustentável, objetivo alinhado com a sustentabilidade do setor europeu de matérias-primas e, em particular, com a economia circular relacionada com as infraestruturas de mineração.

Foto: Mafalda Oliveira



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