É com o foco no conceito de “Uma Só Saúde” que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) tem vindo a trabalhar para garantir que no (e a partir do) seu ecocampus se salvaguarda a saúde do ser humano, dos animais e dos ecossistemas. É para explicar a importância global de “uma só saúde”, sobretudo na prevenção de futuras pandemias, que a UTAD se associa ao Congresso Internacional Veterinário Montenegro. O evento realiza-se entre 22 e 23 de outubro, em Santa Maria da Feira, e contará com a presença da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

“O conceito de Uma Só Saúde assenta tanto na história intelectual da filosofia e da ciência da ecologia quanto na da medicina veterinária e humana”, sublinha a investigadora Patrícia Poeta, que ficará responsável pela sala do congresso dedicada à “One Health”.

Esta abordagem holística e transdisciplinar poderá constituir-se como uma estratégia global de saúde pública. Daí que a “colaboração contínua” da medicina humana e animal seja essencial na prevenção de doenças de origem animal com elevada transmissibilidade para o ser humano.

Com a Covid-19, tornou-se ainda mais evidente que o entendimento entre médicos, veterinários e especialistas ambientais é fundamental para identificar riscos com potencial zoonótico. É necessária a abordagem “One Health” para entender melhor as zoonoses e as doenças infeciosas. A valorização destas doenças implica realizar epidemio-vigilância, planear atividades de resposta a surtos e criar estratégias de prevenção de doenças para reduzir a contaminação e mortes em pessoas e animais”, explica a investigadora da UTAD.

De acordo com a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), 60% das doenças infeciosas que existem em humanos são de origem zoonótica e a cada ano, das cinco novas doenças que afetam o Homem, três são de origem animal.

“Estes números não são de estranhar porque há mais oportunidades de transmissão de doenças animal-humano. Por um lado, há cada vez mais pessoas a viver em contato próximo com animais selvagens e domésticos, por outro, as alterações climáticas, a desflorestação e as práticas agrícolas intensivas causam perturbações nos ecossistemas. A juntar a isso, as viagens e o comércio internacional permitem uma propagação vertiginosa destas doenças pelo Mundo”, conclui Patrícia Poeta.

O mentor do Congresso Internacional Veterinário Montenegro é o médico veterinário Luís Montenegro, antigo aluno da academia transmontana. Nesta 17ª edição, vão participar os investigadores da UTAD Carlos Viegas, Felisbina Queiroga, Isilda Rodrigues e João Requicha.

A sessão de encerramento do congresso ficará a cargo da Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira.



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