A Fundação Casa de Mateus, em Vila Real, promove este ano um programa cultural que cruza a música, literatura, dança e a divulgação científica, apostando em residências artísticas multidisciplinares e na estreia de uma ópera barroca.

A diretora para as atividades culturais da Fundação da Casa de Mateus, Teresa Albuquerque, disse estar prevista a realização de “dezenas de atividades” e salientou que este “programa intenso”, que se estende ao longo deste ano e de 2024, conta com um apoio financeiro bienal de 600 mil euros por parte da Direção-Geral das Artes (DGARTS).

A programação já delineada para 2023 inclui o ciclo “Arte na Paisagem”, a ativação da residência de artistas através do programa “O presente do futuro”, o regresso dos “Encontros Internacionais de Música da Casa de Mateus” e um programa de incentivo à criação por jovens artistas.

Pelo meio será entregue, em princípio em junho, o Prémio D. Diniz aos vencedores das edições 2022 e 2023, respetivamente, a José Tolentino Mendonça, pela obra “Introdução à pintura rupestre”, e Jorge Calado, pelo livro “Mocidade Portuguesa”.

Teresa Albuquerque precisou que a programação se “estende por vários eixos”, destacando um “programa muito intenso de residências de artistas” que se concretiza no mesmo ano em que se cumprem os “25 anos da criação da residência de artistas da Fundação da Casa de Mateus”.

Como exemplo adiantou que a belga Anne Marie Maes, que combina arte e ciência, já instalou o seu “Laboratório da Forma e da Matéria” nos espaços do palácio, onde ficará ao longo de todo o ano.

A Companhia Paulo Ribeiro e o Drumming – Grupo de Percussão vão criar “Re-en-Cantos de Mateus”, que pretende ser uma “viagem coreográfica e musical “ inspirada nestas paisagens, nos jardins, hortas ou vinhas.

Em julho, regressam os “Encontros Internacionais de Música da Casa de Mateus” dirigidos por Ricardo Bernardes e António Carrilho, que incluem os cursos internacionais de música barroca que vão reunir, em Vila Real, quase duas dezenas de músicos.

E, segundo a Fundação, o “marco mais afirmativo do programa e da sua partilha com a cidade” será no dia 21 de julho, com a estreia, no Teatro de Vila Real, da ópera barroca “As damas trocadas ou o diabo a quatro” de Marcos Portugal, pela Orquestra Barroca de Mateus, com a direção musical do maestro Ricardo Bernardes e a direção cénica de Nicolás Isasi. O processo de criação decorrerá no palácio.

A programação delineada para este ano inclui concertos, conferências e o lançamento, no último trimestre, do primeiro concurso internacional de “Composição de Lied Álvaro García de Zúñiga - Casa de Mateus”, em coprodução com Miso Ensemble e com a associação cultural internacional blablaLab.

Serão também lembradas as “figuras de Mateus” que fazem parte da história desta casa.

Este ano assinalam-se os 200 anos da outorga do título de primeiro conde de Vila Real ao sexto Morgado de Mateus, José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, os 160 anos da extinção dos morgadios e os 50 anos da morte do instituidor da Fundação da Casa de Mateus, Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque.

O palácio de Mateus, finalizado em 1744 e reconhecido como monumento nacional desde 1910, é a principal atração turística de Vila Real.

Transpondo os portões da propriedade entra-se numa “máquina do tempo” que “permite viajar ao longo dos últimos quinhentos anos da história de Portugal, da Europa e do mundo”.

Teresa Albuquerque referiu que o turismo é a “base de trabalho permanente” da instituição, a sua “fonte de financiamento regular”, e adiantou que espera igualar em 2023 os números pré-pandemia, em que a Casa de Mateus ultrapassou os 120 mil visitantes num ano.



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