O Ministro do Ambiente percorreu hoje os novos percursos naturais e passadiços que serpenteiam as escarpas do rio Corgo, em Vila Real, salientando que o projeto melhora a relação da cidade com os valores naturais.

“É raríssimo que uma cidade tenha um vale tão encaixado e tão perfeito no meio da própria cidade”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.

O ministro e a comitiva seguiram pelo trajeto que nasceu da recuperação de antigos trilhos e da construção de 750 metros de passadiços de madeira, que levam à descoberta das zonas mais escarpadas do rio Corgo, que atravessa a cidade de Vila Real, e que eram, até agora, praticamente inacessíveis.

“Conheço bem este espaço, desde o Polis, e confesso que sonho com isto há muitos anos e tenho um gosto muito grande e endereço as minhas maiores felicitações à Câmara Municipal por ter metido mãos à obra, e não é uma obra fácil, mas é absolutamente essencial”, salientou João Pedro Matos Fernandes.

A empreitada “Percursos Naturais do Parque Corgo” tem uma extensão total de dois quilómetros e meio, está a ser executada pelo município e representa um investimento de 480 mil euros, com financiamento de cerca de 366 mil euros do Fundo Ambiental.

O ministro disse que este é um de quatro projetos apoiados pelo Fundo Ambiental, para além de Vila Real, também em Olhão, São Pedro do Sul e Porto. Os quatro projetos representam um investimento de 5,2 milhões de euros, dos quais 3,6 são financiados pelo Fundo Ambiental.

“São projetos urbanos, em cidades, que têm como objetivo a melhoria da relação dessas mesmas cidades com os valores naturais”, frisou.

O projeto concretiza a ampliação do atual parque Corgo para sul e liga a zona do bairro dos Ferreiros à Vila Velha, à confluência entre os rios Corgo e Cabril e ao jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Por estes percursos será também possível aceder à Central Hidroelétrica do Biel, que está a ser recuperada e musealizada.

O vereador do pelouro do Ambiente, Carlos Silva, salientou que o objetivo foi dar a conhecer à população de Vila Real um espaço natural, no centro da cidade, que era praticamente desconhecido até agora.

“Vila Real desenvolve-se em dois polos e estes dois polos são divididos pelo rio e o que nós pretendemos é que o rio não seja nenhum fator de divisão, mas de aproximação”, salientou.

Associações ambientalistas têm alertado para o impacte ambiental destas estruturas.

“Nós não estamos a artificializar, nós estamos de alguma maneira a aproveitar os percursos naturais. A parte em passadiços é de apenas 750 metros, portanto, não é nada de significativo. Foi apenas o estritamente necessário”, frisou.

A empreitada foi consignada em novembro de 2019, no entanto, segundo Carlos Silva, a “fase da pandemia provocou algumas dificuldades na execução da obra”.

“Tínhamos a consciência de que era uma obra muito complexa, pelo local onde estava a ser realizada, sem acessos e sem possibilidade de transporte de materiais e de equipamentos para o local. Os trabalhos tiveram de ser feitos apenas com recurso a mão de obra, foi um processo muito complicado”, explicou.

O autarca disse que, neste momento, estão disponíveis para usufruto cerca de 1.600 metros e que, gradualmente, irá sendo concluído o resto do projetado.

“Hoje, as empresas estão com muita dificuldade em recrutar mão de obra e vamos ver se será possível, mas gostaríamos que até ao final do ano estivesse tudo completo”, frisou.



PARTILHAR:

Centro Hospitalar Trás-os-Montes preparado para eventual nova vaga

Ministro do Ambiente destaca "percurso extraordinário" de Portugal no saneamento