A Tanga é uma nova companhia teatral que junta três atores e estreia a peça "O calhau" a 07 de fevereiro, em Vila Real, desenvolvida no âmbito do projeto "O teatro e as serras", vencedor do orçamento participativo 2017.

"É Tanga por ser um teatro pobre, de atores pobres, e por ser um teatro com vocação para a comédia, para dar 'tanga' às pessoas", disse hoje à agência Lusa Ricardo Ferreira de Almeida, que compõe, conjuntamente com Angel Frágua e Tiago Pires, o novo coletivo teatral.

O projeto "O teatro e as serras" foi um dos vencedores do orçamento participativo de Portugal 2017 e está a ser implementado nos distritos de Vila Real e Bragança através de cinco polos de criação localizados nas principais serras destes territórios, sob orientação da Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN).

A Tanga está a desenvolver o polo das serras do Alvão e Marão, no âmbito da qual preparou a peça "O calhau" que tem estreia marcada para o dia 07 de fevereiro, no Teatro Municipal de Vila Real, e segue depois em digressão regional.

Baseada num texto original de Ricardo Ferreira de Almeida, "O calhau" procura reproduzir os 'ludi scaenici', ou seja, os jogos teatrais latinos, e explora livremente as temáticas, a cinesia corporal, os enredos e a tipologia de personagens do teatro romano, tratando-os como protótipo de géneros futuros como a 'commedia dell'arte'.

"Inspirei-me num teatro que gosto bastante, o teatro clássico greco-romano (...) Utiliza um enredo clássico das peças de teatro, a tipologia de personagens e nós fazemos uma aproximação livre uma vez que lhes damos uma componente de modernidade e vamos desconstruindo o espetáculo", referiu Ricardo Ferreira de Almeida.

Como explicou, a peça conta a história de um camponês que atravessa as províncias romanas para transportar a estátua da deusa Cibele, desde Panóias (santuário rupestre em Vila Real) até Roma. Ali chegado, tenta reativar o contacto com a sua apaixonada Lucrécia, hospedando-se na casa do seu amigo Caius e tendo de enfrentar os ardis de Roma.

A encenação é coletiva, com assistência de Mara Correia, e a interpretação estará a cargo de Angel Frágua, Tiago Pires e Ricardo Ferreira de Almeida. Os figurinos, adereços e cenário são da responsabilidade de Fátima Martins.

"Espero que este seja o primeiro projeto de A Tanga, espero que exista alguma continuidade, nós temos vontade para isso", salientou Ricardo Ferreira de Almeida, que tem colaborado com grupos de teatro amador, como o Centro Cultural Lordelense.

Tiago Pires é professor de expressão dramática e trabalha com o Teatro Amador Mondinense, em Mondim de Basto, e Angel Frágua é um ator profissional espanhol, que passou pela Peripécia Teatro.



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