O primeiro-ministro, José Sócrates, inaugura domingo os últimos 11 quilómetros da auto-estrada A24 entre Vila Real e Vila Pouca de Aguiar, dando por concluída a estrada que vai ligar Viseu à fronteira em Chaves.
No âmbito da iniciativa «Governo presente», José Sócrates estará de visita ao Distrito de Vila Real ao longo do fim-de-semana, com vários ministros.
A A24, antigo Itinerário Principal 3 (IP3), atravessa parte do interior Norte do país, ligando, ao longo de 155 quilómetros, Viseu, Vila Real e a fronteira espanhola em Chaves.
A Norscut, consórcio dominado pelo grupo francês Eiffage e a quem foi adjudicada a construção da via em 2000, irá também explorar a A24 pelo sistema SCUT.
O traçado total, que inclui 37 viadutos e 21 nós de ligação, teve um investimento que rondou os 726 milhões de euros.
Com a conclusão da nova via entre Vila Real e Chaves, que foi dividida em cinco troços e custou cerca de 370 milhões de euros, a ligação entre as duas cidades, que demorava cerca de hora e meia pela sinuosa Estrada Nacional 2 (EN2), passa a fazer-se em cerca de meia hora.
Este último troço integra um viaduto com 1350 metros de extensão e 32 pilares de sustentação que chegam a ter uma altura de um prédio de 30 andares, e contém o primeiro Ecoduto do país para passagem superior de grande fauna, nomeadamente lobos, corços ou javalis.
A A24 vai ligar com a A7, em Vila Pouca de Aguiar, e a futura A4, em Vila Real.
Alguns populares das aldeias de Parada de Aguiar e Fontes, concelho de Vila Pouca de Aguiar, tinham ameaçado com um protesto no dia da inauguração, pela falta de pagamento das indemnizações das expropriações dos seus terrenos para a passagem da auto-estrada.
No entanto, a Lusa sabe que a Estradas de Portugal (EP) começou a pagar algumas indemnizações já esta semana.
Nesta visita ao distrito, o Governo vai dar uma especial atenção às acessibilidades transmontanas e, neste âmbito, promoverá uma sessão de discussão pública sobre o Estudo de Impacto Ambiental da Auto-Estrada de Trás-os-Montes que vai ligar Vila Real a Bragança.
O estudo prévio apontou para um aproveitamento de parte do traçado do Itinerário Principal 4 (IP4) entre estas cidades.
Nas primeiras semanas de Julho, ocorrerá o acto público de abertura das propostas do concurso público internacional para a atribuição da concessão do Túnel do Marão, inserido na futura auto-estrada que vai ligar Amarante a Vila Real.
Esta concessão prevê um investimento de 370 milhões de euros até 2011.
Tem ainda por objecto a concepção, construção, aumento do número de vias, financiamento, exploração e conservação, com cobrança de portagem aos utentes do lanço Amarante/Vila Real com a extensão aproximada de 30 quilómetros.
Este projecto incluiu ainda a construção do túnel do Marão, que terá 5.900 metros de extensão no lanço Padronelo-Campeã.
A futura auto-estrada vai atravessar a Serra do Marão, desenvolvendo-se nos concelhos de Amarante, Baião, Peso da Régua e Vila Real e terá início no actual término da A4 em Amarante, pertencente à concessão Brisa, ligando ao actual IP4 em parada de Cunhos, nas proximidades de Vila Real.
O Governo anunciou em Abril do ano passado a construção da auto-estrada (Túnel do Marão e Trás-os-Montes) que vai ligar Amarante a Bragança, servindo de alternativa ao IP4, cujo traçado tem contribuído para o elevado número de acidentes de viação registados desde a sua inauguração.
A nova auto-estrada, com a extensão de 165 quilómetros, deverá estar pronta no prazo de seis anos.