A edição 2025 do Douro TGV – Turismo, Gastronomia e Vinho decorre entre hoje e sexta-feira, em Vila Real, e destaca o enoturismo que pode ajudar a diversificar a atividade dos viticultores da região afetados pela crise.

“Este tema do enoturismo é um tema muito importante numa altura em que a região do Douro irá atravessar, mais uma vez, uma grande crise na próxima vindima e o enoturismo poderá servir como escape para a diversificação da atividade dos empresários agrícolas”, afirmou à agência Lusa Nuno Augusto, presidente do Regia Douro Park – Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real que organiza o Douro TGV.

O responsável sublinhou que o objetivo do Douro TGV, que vai na sétima edição, foi criar um fórum de discussão associado às grandes indústrias do Douro – turismo, gastronomia e vinho - que compõem a sigla TGV.

Nuno Augusto disse que este ano o evento dá enfoque ao enoturismo no Douro, território classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 2001.

“Vamos discutir tudo o que o enoturismo pode trazer ao Douro. O que é que está a ser feito, que é que deveria ser feito e como a região pode diversificar a sua atividade também, acelerando ainda mais o enoturismo, ou seja, o turismo associado ao vinho”, referiu.

Durante a iniciativa serão partilhadas boas práticas, ouvidos os protagonistas que acolhem diariamente os visitantes e promovido um debate estratégico sobre o futuro da região enquanto destino turístico.

Falar-se-á ainda sobre a crise que atinge os produtores do Douro, que temem uma terceira vindima consecutiva com dificuldades em escoar as uvas em consequência da quebra na vendas de vinho.

“A crise no Douro é uma preocupação enorme que todos nós temos e quem tem as responsabilidades terá que a ter de certeza”, referiu Nuno Augusto, que antecipou um bom ano agrícola e “grandes dificuldades em levar a vindima até ao fim”, porque poderá ser difícil para “alguns produtores conseguirem colocar as suas uvas no mercado”.

O responsável referiu que o “enoturismo é um caminho para a diversidade”, defendendo que “as empresas devem ramificar a sua atividade”.

“Valoriza o produto que já tem de base que é o vinho, cria receitas adicionais pelo turismo e também cria património e enriquece a própria região. Com o melhoramento do património edificado e com a melhoria da qualidade das quintas isso tudo ajuda também a valorizar o Douro e o seu produto”, concretizou.

Hoje, o Douro TGV propõe uma reflexão sobre o enoturismo e um jantar enogastronómico, onde os sabores tradicionais serão harmonizados com os vinhos premiados na 6.ª edição do Douro TGV.

Na sexta-feira, o dia começa com o Concurso de Vinhos do Douro e Trás-os-Montes, uma prova cega conduzida por um painel de enólogos e que terá cerca de 100 vinhos em competição.

Depois, durante a tarde, realiza-se uma mostra de turismo, gastronomia e vinhos, com cerca de 70 produtores, e serão anunciados os vencedores do concurso que visa divulgar e promover o vinho produzido nesta região.

O evento decorre no edifício do antigo Governo Civil de Vila Real, no centro histórico da cidade.



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