O candidato da CDU à Câmara de Vila Real, Alexandre Coelho, quer lutar contra o despovoamento que se reflete na diminuição de eleitores no concelho e, consequentemente, de eleitos municipais, e pela reposição das freguesias extintas em 2013.

A CDU apresentou em conferência de imprensa, os candidatos à câmara e Assembleia Municipal de Vila Real, Alexandre Coelho e Ricardo Almeida, respetivamente.

Um dos objetivos para as autárquicas de 26 de setembro é recuperar a presença da coligação PCP-PEV na Assembleia Municipal (AM), mas o cabeça-de-lista à câmara garantiu que o trabalho não se resumirá a “resultados eleitorais” e é para continuar depois das eleições.

Em 2017, a Coligação Democrática Unitária perdeu o único deputado municipal que tinha.

Com 44 anos e assistente técnico na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Alexandre Coelho destacou a luta contra o despovoamento e exemplificou com a “perda significativa” de eleitores, divulgada recentemente e que se traduz na perda de dois vereadores no executivo municipal enquanto a AM passa de 27 para 21 deputados.

Dos atuais nove mandatos, sete do PS e dois do PSD, a câmara vai passar para sete já nas próximas autárquicas.

Em 2017, Vila Real tinha 50.698 eleitores, descendo para os 49.685 inscritos em 2021.

“O despovoamento, o envelhecimento do Interior não têm causas naturais, tudo isto será uma consequência das políticas contrárias ao desenvolvimento e equilíbrio do país e contrárias ao interesse das populações”, frisou.

A CDU quer também concretizar a reposição das freguesias extintas em 2013 e acusou PS, PSD, CDS, PAN, Iniciativa Liberal e Chega, na Assembleia da República, de serem os responsáveis pela “não reposição” a tempo destas eleições autárquicas tal como reivindicavam as populações.

Vila Real passou de 30 para 20 freguesias na reforma administrativa do Governo PSD/CDS-PP.

“A não reposição das freguesias leva a que as populações tenham maior dificuldade a aceder a serviços públicos, até à própria junta de freguesia que estava ali junto de si e, neste momento, há pessoas que têm dificuldade em se deslocar e resolver os seus problemas”, sublinhou.

Alexandre Coelho apontou ainda a falta de apoio à agricultura familiar e de incentivos à fixação das populações e a perda de serviços públicos com o encerramento de escolas, centros de saúde em “nome de imposições orçamentais”.

As suas propostas passam ainda pela política fiscal, transportes, urbanismo, ação social, cultura e desporto.

“Queremos criar mais incentivos principalmente para os alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para que se queiram e consigam fixar na região”, afirmou.

O candidato falou do seu caso pessoal para exemplificar a dificuldade de conseguir emprego nos serviços públicos, referindo que teve que ir trabalhar para Lisboa durante três anos e só recentemente conseguiu mobilidade para Vila Real.

Alexandre Coelho é membro da Comissão Concelhia do PCP e é ainda bombeiro voluntário na Corporação da Cruz Verde.

Nas últimas autárquicas, o PS liderado por Rui Santos venceu as eleições na capital do distrito transmontano, podendo o autarca recandidatar-se a um terceiro e último mandato.

Para além de Alexandre Coelho, foram já anunciadas as candidaturas de Luís Tão, que lidera a coligação PSD/CDS-PP “Vila Real à Frente”, de Luís Santos, pelo Bloco de Esquerda, e de Sérgio Ramos, pelo Chega.

Foto: UFM



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