O candidato do Chega à Câmara de Vila Real, Sérgio Ramos, disse hoje que quer fazer uma “dignificação da política”, defendendo para o efeito a “redução do salário” dos políticos.

“No caso de ser eleito essa vai ser a minha primeira medida, reduzir o meu próprio salário porque acho convictamente que quando estamos na política é para tratarmos aquilo que é o bem comum e não o nosso próprio bem”, afirmou hoje aos jornalistas.

O cabeça-de-lista pelo Chega à câmara da capital do distrito falava aos jornalistas após a entrega das listas às eleições autárquicas de 26 de setembro no Tribunal de Vila Real.

“Eu sou professor e acho que vindo para um cargo político não devo ter um salário superior àquele que eu aufiro como professor. Essa é a minha primeira grande medida e da qual não abdico”, salientou.

Sérgio Ramos, de 44 anos e professor de educação visual e tecnológica, iniciou o seu percurso político no Bloco de Esquerda (BE), partido pelo qual, em 2009, foi candidato à Junta de Freguesia de Lordelo e à Assembleia Municipal de Vila Real.

Por deixar de se rever nas políticas do BE deixou o partido e, agora, 12 anos depois, encabeça a lista do Chega à capital do distrito, apontando o objetivo de conquistar uma representação nos órgãos autárquicos do concelho.

Para Sérgio Ramos, existe a possibilidade de o partido conseguir “eleger um vereador”, adiantando ainda ter a expectativa de eleger “três deputados municipais”.

“Vamos lutar para que isso aconteça. Se participamos nestas eleições é porque temos um objetivo e vamos lutar por ele e o objetivo quando se luta por uma autarquia é eleger alguém que representa aquilo que é o nosso eleitorado e apresentar as nossas propostas de mudança”, salientou.

O partido quer ir ao encontro das pessoas que “não se reveem” nas “políticas vigentes até agora”.

“Estamos em democracia há quase 50 anos e continuamos presos na cauda da Europa. São precisas políticas diferentes e é nesse sentido que nós estamos aqui. As pessoas veem em nós uma alternativa válida e credível”, frisou.

O candidato disse ainda que o Chega vai apresentar um conjunto de “propostas concretas para resolver problemas” e “desmistificar situações” que dão ao partido a conotação de “xenófobos e racistas”.

“Não estamos aqui só como partido de protesto, mas como partido que quer ganhar o seu espaço, quer ganhar o seu eleitorado, quer fazer alguma coisa por Vila Real e quer participar na construção de um futuro diferente”, referiu.

No concelho de Vila Real o Chega concorre ainda à Assembleia Municipal, com uma lista liderada pela professora Helena Fraga, e às juntas de freguesia de Mondrões e de Vila Real.

No distrito transmontano, o partido liderado a nível nacional por André Ventura apresentou listas a 10 das 14 câmaras municipais.

“Estamos muito satisfeitos com as candidaturas que conseguimos apresentar”, salientou Sérgio Ramos.

Em 2013 e 2017 o PS liderado por Rui Santos venceu as eleições no município de Vila Real. Nas últimas autárquicas (2017) o PS conquistou sete mandatos e o PSD dois. Para as próximas autarquicas o concelho perde dois mandatos, passando de nove para sete.

Para além de Sérgio Ramos, foram já anunciadas as candidaturas de Luís Tão, que lidera a coligação PSD/CDS-PP “Vila Real à Frente”, e conta com o apoio do partido Aliança, de Alexandre Coelho, pela CDU, de Luís Santos, pelo Bloco de Esquerda, e do atual presidente da câmara, Rui Santos, pelo Partido Socialista.

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.



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