Nos próximos dias 11 a 14 de Maio desloca-se à cidade de OsnabrÌck, na Alemanha, uma comitiva da Câmara de Vila Real composta por 26 pessoas. Vão assinar um protocolo de geminação, depois de quase duas décadas de relações de amizade e troca de visitas anuais.
O grupo não integra qualquer empresário ou representante das forças vivas da terra. Todos os elementos estão directamente ligados à autarquia. Assim, para além do presidente Manuel Martins e esposa, viajam também Pedro Ramos, ex-vice-presidente, em representação da Assembleia Municipal e da Comissão de Geminação e esposa, o escritor Pires Cabral, director dos Serviços de Cultura da autarquia e membro da Comissão de Geminação e esposa, o vereador Miguel Esteves e esposa, a assessora para as Relações Internacionais e um elemento das Relações Públicas.
Para além dos políticos, que viajam de avião, com o custo das viagens a rondar os 380 euros ida e volta, por pessoa, vão também 16 dos 21 elementos do Grupo de Cantares Aléu - 14 são funcionários de autarquia e dois da Empresa Municipal de Água e Resíduos, tutelada pelo vereador Miguel Esteves. Viajam com quatro dias de dispensa de serviço - uma prática habitual, já que quase todos os anos vão ao Brasil durante três semanas, com metade desse período a gozar da respectiva dispensa. O autocarro em que viajam e o motorista são da autarquia, as portagens e o combustível são pagos pela mesma. Em OsnabrÌck, os custos ficam a cargo dos alemães. Recorde-se que, em Julho de 2005, esteve em Vila Real uma comitiva de personalidades de OsnabrÌck . Só que o grupo alemão tinha apenas seis elementos.
Para o autarca Manuel Martins, \"não há aqui problema algum. Aliás, nunca foi para fora uma comitiva de geminação com tão poucas pessoas\". O presidente garante, ainda, que \"os custos são pouco relevantes e a proposta até foi pacífica na Câmara, pois o PS absteve-se\". Manuel Martins faz questão, no entanto, de acrescentar que \"os elementos do PS abstiveram-se num acto de hipocrisia, porque não querem hostilizar os funcionários\".
O vereador socialista Artur Vaz, explica que não votou contra porque \"a geminação é importante para Vila Real, caso seja bem aproveitada, por exemplo, em termos empresariais\". E não votou a favor porque \"a comitiva é exageradamente alargada. Não vejo onde esteja a hipocrisia. O nosso voto foi claro, tendo em conta estas duas questões\".
