A Câmara de Vila Real anunciou a criação de um Museu da Electricidade na antiga Central hidroeléctrica de Biel, que em 1894 tornou esta cidade na primeira do país com iluminação pública gerada por uma instalação hidroeléctrica.

O presidente da Câmara de Vila Real, Manuel Martins, disse à Agência Lusa que é intenção da autarquia transformar a antiga central do Biel num museu, através do qual se possa «contar a história da electricidade em Vila Real».

Acrescentou que se trata de uma intenção antiga da autarquia, que está a tentar adquirir o espaço que pertence a privados.

A central do Biel foi a primeira central hidroeléctrica de serviço público que entrou em funcionamento em Portugal.

Sob proposta de Leopoldo Augusto das Neves, a Câmara de Vila Real aprovou em 1890 o projecto de iluminação pública, que foi concretizado pelo alemão Emil Biel.

A iluminação pública em Vila Real foi inaugurada a 13 de Julho de 1894.

Em 1926 entrou em funcionamento a Central do Terragido, sendo desactivada a Central do Biel.

Manuel Martins referiu ainda que se pretende voltar a pÎr em funcionamento, através de energia eléctrica, o funicular que liga a zona da Meia Laranja até à central do Biel, junto ao rio Corgo.

O Museu da Electricidade integrará a Rede Municipal de Museus, aprovada recentemente pelo executivo municipal.

Além dos já existentes museus de Numismática e Arqueologia, da Casa de Mateus, de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, esta rede vai integrar os futuros museus da Vila Velha e do Som e da Imagem.

Segundo o autarca, o Museu da Vila Velha, anteriormente designado Centro de Interpretação Arqueológica da Vila Velha, está a ser construído no local onde nasceu a cidade de Vila Real.

A construção do Centro de Interpretação Arqueológica da Vila Velha estava inicialmente prevista no âmbito do programa Polis de Vila Real, mas, devido à falta de verbas, o projecto foi transferido para a autarquia.

Este museu pretende funcionar como local de divulgação da memória histórica da Vila Velha, o núcleo embrionário de Vila Real, através de uma mostra museológica que vai combinar objectos arqueológicos, reproduções de documentos, gravuras, plantas e fotografias antigas.

Manuel Martins referiu que, durante as escavações efectuadas no local, foram já encontrados «cinco mil achados», que datam desde a ocupação pré-histórica até aos dias de hoje, e vão integrar o espólio do museu.

O autarca prevê que a obra esteja concluída até final do ano.

Também até Dezembro deverá estar em funcionamento o Museu do Som e da Imagem, que vai ocupar uma das salas do Teatro Municipal de Vila Real.

Vítor Nogueira, director executivo da empresa municipal Culturval - Gestão de Equipamentos Culturais de Vila Real, explicou que o projecto começou com a intenção de mostrar a história de Vila Real nesta área, mas o espólio cresceu de tal forma que, agora, «ganhou uma dimensão nacional».

Segundo o responsável, o projecto começou por resgatar o material do Teatro Circo, inaugurado em 1892, e do Teatro Avenida, que abriu em 1931.

Já foram restauradas cadeiras e a máquina de projecção utilizada no Teatro Avenida e, de acordo com Vítor Nogueira, no museu serão ainda projectados filmes antigos de Vila Real.

Esta unidade museológica será ainda complementada com um serviço educativo, disponibilizando peça e réplicas que poderão ser manuseadas pelas crianças e jovens.

Terá ainda um centro de documentação e acervo áudio-visual para ser utilizado por investigadores.

Em Portugal existem apenas mais dois museus na área da imagem, som e cinema, que ficam localizados em Melgaço e Leiria.



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