O primeiro arguido a prestar depoimento hoje no Tribunal de Vila Real assumiu o crime de tráfico de droga pelo qual está acusado no âmbito de um processo que envolve mais 11 homens e mulheres. 

Os 12 arguidos, com idades compreendidas entre os 21 e os 47 anos e ligações familiares, são suspeitos de integrar uma rede de tráfico de droga, que vendia o produto estupefaciente em Vila Real e Vila Pouca de Aguiar, tendo sido detidos em abril de 2021 pela GNR.

Os seis homens e seis mulheres estão acusados pelo Ministério Público (MP) pelo crime de tráfico de droga agravado. Seis deles estão também acusados do crime de detenção de arma proibida.

No início do julgamento apenas dois aceitaram prestar depoimento perante o coletivo de juízes.

O primeiro a falar foi um arguido de 36 anos, que se encontra em prisão preventiva, e que começou por pedir desculpa “às pessoas da comunidade lá fora”, referindo-se aos que aguardaram no exterior do tribunal pela chegada dos arguidos. 

Este arguido criou há cerca de um ano a Associação Nacional e Social de Etnia Cigana (ANSEC), em Vila Real, para promover o acesso ao emprego e à inclusão social.

Depois, perante o coletivo, assumiu a venda de heroína e cocaína desde setembro de 2020, a qual ia comprar ao Porto, revelou ainda o nome dos seus clientes, mas salientou que “agia sozinho”.

Disse ainda que os restantes arguidos acham que ele “é um chibo” e os denunciou porque conhece muitos polícias.

De acordo com a acusação, desde “o início de 2020 e até às suas detenções a 27 de abril de 2021, os arguidos decidiram conjuntamente dedicar-se à venda de produto estupefaciente (heroína e cocaína) diretamente a diversos consumidores que, conhecendo a sua atividade, os contactassem ou procurassem para tal efeito”.

A atividade criminal era, de acordo com o MP, “levada a cabo a qualquer hora do dia ou da noite” em vários locais da cidade de Vila Real e ainda em Vila Pouca de Aguiar, e o produto estupefaciente era adquirido na cidade do Porto.

A prova apresentada pela investigação assenta nos depoimentos de testemunhas, como os alegados clientes, escutas telefónicas, vigilâncias e perícias.

O MP considera que o crime em causa “é grave” e cria “muito alarme social”.

A investigação da GNR decorria desde novembro de 2020 e culminou em abril de 2021, altura em que os militares deram cumprimento a 12 mandados de detenção e realizaram 22 buscas, 10 domiciliárias e 12 em viaturas, nas freguesias de Mateus, Parada de Cunhos e Mouçós, no concelho de Vila Real, e em Vila Pouca de Aguiar.

No decorrer da operação foram apreendidas diversas quantidades de estupefaciente, como cocaína e heroína, bem como dinheiro, vários artigos em ouro (pulseiras, cordões, libras, brincos, anéis e alianças), os veículos automóveis usados no transporte de estupefaciente e armas.



PARTILHAR:

Autarcas não abdicam dos 400 mil euros por ano propostos para Fundo do Baixo Sabor

Caretos de Podence vão chocalhar no sábado no pavilhão de Portugal