Um edifício inacabado da Câmara de Vila Real vai acolher uma Unidade de Saúde Familiar, no âmbito de um protocolo a celebrar em breve entre o município e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte).

A autarquia transmontana começou a construir há uns anos um centro transfronteiriço, mesmo ao lado do hotel Miracorgo, só que a obra nunca foi concluída por causa de problemas financeiros por parte do empreiteiro.

O edifício entrou para a lista dos espaços abandonados e inacabados na cidade de Vila Real, que são considerados "manchas urbanísticas" e alvo de muitas queixas e críticas por parte da população local.

Hoje, o presidente da Câmara, Rui Santos, anunciou que este imóvel vai ser concluído e adaptado para a instalação de uma Unidade de Saúde Familiar (USF), sendo o protocolo de cedência do espaço assinado em breve.

Fonte da ARS Norte confirmou à agência Lusa a vontade de ali instalar aquela unidade de prestação de cuidados de saúde primários.

"A ARS executará todas as obras de beneficiação e de adaptação para, no futuro, podermos aí instalar uma USF", acrescentou.

A fonte não adiantou, no entanto, quanto vão custar as obras, nem quando se poderá dar o arranque aos trabalhos.

Rui Santos salientou que este acordo com a ARS permite cumprir dois desígnios.

"Por um lado melhorar os cuidados de saúde primários à população de Vila Real e, por outro lado, resolver uma questão urbanística que muito nos incomoda. Resolver mais um abcesso urbanístico com que a cidade se vem deparando", frisou.

Recentemente, um dos funcionários do hotel Miracorgo queixou-se do impacto visual deste edifício inacabado sobre os turistas.

"Os nossos clientes reparam que a obra está incompleta. Causa um impacto visual muito grande e esteticamente funciona muito mal", salientou Vítor Castro à agência Lusa.

O espaço, localizado numa das áreas mais bonitas da cidade, sobre as escarpas do rio Corgo, foi idealizado para um centro transfronteiriço, no âmbito de uma candidatura transfronteiriça da Associação Cidades Porta de Fronteira, constituída por Vila Real e a cidade espanhola de Benavente, associação que, entretanto, já foi liquidada.

A empreitada não chegou ao fim devido à falência do empreiteiro e não se concretizou a possibilidade de apresentar, em tempo útil, uma reprogramação da candidatura, pelo que se perdeu o financiamento para terminar a obra.

Este é um dos edifícios que integram a lista de imóveis abandonados e inacabados na cidade de Vila Real, mas onde se contabilizam ainda outras "obras emblemáticas" como o hotel do parque ou panificadora projetada pelo arquiteto Nadir Afonso.

São duas propriedades privadas que estão votadas ao abandono há vários anos.



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