O incêndio que lavra desde sábado em Vila Real e se estendeu a Mondim de Basto tinha hoje, às 13:00, três pontos sensíveis nas zonas de Currais, Arnal e Fervença, mantendo-se no terreno 575 operacionais e seis meios aéreos.

“Este incêndio desenvolveu-se em montanha, em altura, em linhas de águas profundas, em escarpas e, neste momento, temos três pontos sensíveis em Currais, Arnal e Fervença”, afirmou José Guilherme, segundo comandante Regional do Norte, que falava aos jornalistas pelas 13:00.

O responsável explicou que a “chama que está ativa não liberta muita energia, não tem muita intensidade, mas está em zonas inacessíveis, onde só com trabalho apeado e em conjunto com os meios aéreos é que se está a conseguir manter, pelo menos, que aquelas três zonas não façam uma arrancada e provoque aqui um dano ainda maior”.

O incêndio teve início às 23:35 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, serpenteou a serra e entrou, no domingo, na área do concelho de Mondim de Basto.

Nesta altura não há, segundo afirmou, “nenhuma aldeia em perigo”.

Para além das altas temperaturas que se têm feito sentir nesta zona, José Guilherme disse que a rotação do vento tem sido uma preocupação.

“A esta hora já tivemos três rotações do vento”, exemplificou.

Durante a tarde, no combate, consolidação, rescaldo e vigilância vão permanecer 575 operacionais, dos quais 363 são bombeiros, 189 veículos e seis meios aéreos.

A expectativa é chegar ao final do dia e haver condições para dar o incêndio em fase de resolução.

“E o que é que isto quer dizer? Quer dizer que temos um incêndio completamente estabilizado e que já não há qualquer perigo de um incêndio poder sair dentro do perímetro do incêndio”, esclareceu.

Para já, os meios vão-se manter no terreno.

“Mas temos meios em prontidão, em caso de necessidade iremos reforçar este teatro de operações”, ressalvou.

Acrescentou ainda que, “fora deste teatro de operações, muito importante são as primeiras ignições que podem acontecer noutros locais e aí o dispositivo tem que responder e responde de tal maneira que a taxa de sucesso desse ataque inicial é acima dos 92%”.

“E também temos que ter meios para fazer essa resposta”, disse.

O segundo comandante regional fez ainda questão “de deixar uma palavra de solidariedade à população afetada pelo incêndio e de recolhimento pelo trabalho desenvolvido na ajuda aos operacionais”.


Incêndios: Autarca de Vila Real aponta para "danos irreparáveis"

O presidente da Câmara de Vila Real disse hoje que a área ardida é já “particularmente significava” em consequência do incêndio que lavra desde sábado e atingiu o Parque Natural do Alvão, salientando que os “danos são irreparáveis”.

Alexandre Favaios disse que, neste momento, o foco está em combater o incêndio e defender as aldeias e as populações e que a avaliação dos prejuízos será feita num momento posterior.

“De facto, temos uma área ardida particularmente significativa, felizmente não temos casas, não temos habitações nem qualquer estrutura física que tenha sido danificada”, referiu, adiantado ainda que se verifica “também algum prejuízo” na produção agrícola.

O incêndio teve início às 23:45 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, serpenteou a serra e entrou, no domingo, na área do concelho de Mondim de Basto, atingindo área do Parque Natural do Alvão.

“Os danos são irreparáveis. Vai demorar muitos anos a termos restabelecido aquilo que era esta beleza, esta paisagem única, esta biodiversidade, e isso apenas nos permite também fazer um apelo adicional que é: as autoridades competentes que investiguem, que avaliem e que levem aqueles que são responsáveis à justiça e que os punam de forma exemplar”, afirmou Alexandre Favaios.

Só no sábado houve três ignições com início no concelho de Vila Real - São Cibrão, Arrabães-Torgueda e Sirarelhos - e, por volta das 00:30, na aldeia de Lamas de Olo surgiu um novo foco de incêndio que, segundo Alexandre Favaios, “felizmente foi resolvido”.

Alexandre Favaios tem apelado a um reforço de meios no terreno, para “que sejam de alguma forma renovados, para permitir realmente ter uma estrutura robusta que ponha fim a este “flagelo” e a “este ataque ao território”.

Durante a tarde, no combate, consolidação, rescaldo e vigilância vão permanecer 575 operacionais, dos quais 363 são bombeiros, 189 veículos e seis meios aéreos.

O autarca fez questão de deixar um agradecimento às populações, conselhos diretivos e às juntas de freguesia “pelo inúmero trabalho que foi complementar à força robusta que esteve no terreno a combater este incêndio”.

Fotografia: Bruno Taveira



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