O presidente da Câmara de Vila Real denunciou um “vergonhoso atraso” na reparação dos danos causados no Campo do Calvário pela queda de uma grua, em novembro, e anunciou que vai avançar com uma ação em tribunal.

Rui Santos convocou uma conferência de imprensa para “denunciar publicamente” o que considerou ser a “postura de desresponsabilização” da empresa que mandou montar a grua e a sua companhia de seguros e exigir que “as duas assumam rapidamente as suas obrigações”.

Na madrugada de 26 de novembro, em que se verificaram fortes rajadas de vento, uma grua de grandes dimensões caiu sobre o campo de futebol do Calvário, no centro da cidade, provocando danos nas bancadas e no relvado sintético que estão avaliados em cerca de “282 mil euros”.

Quase cinco meses depois, Rui Santos afirmou que a “situação não é aceitável” e “é uma vergonha” e que, por isso, a câmara “decidiu avançar com as obras no Campo do Calvário, encetando para o efeito os procedimentos públicos necessários para adjudicação da obra, assumindo os encargos da mesma”.

Paralelamente, segundo Rui Santos, “irá acionar os meios legais ao seu dispor” para obrigar a Crédito Agrícola Seguros “a ressarcir a edilidade e o Sport Clube de Vila Real pelos pesados encargos financeiros que se viram obrigados a assumir”.

O Campo do Calvário é um equipamento municipal que está cedido ao Sport Clube de Vila Real e serve centenas de crianças, jovens e adultos.

Rui Santos elencou ainda as despesas que o clube tem tido, nos últimos meses, com o transporte e o aluguer de campos para a realização de treinos e jogos.

“A câmara de Vila Real irá substituir-se à empresa de seguros e à empresa que ali fez obra, o processo transitará para tribunal, mas são mais 282 mil euros que são retirados, para já, ao município, dado o incidente ao qual é completamente alheio”, frisou.

O autarca criticou a postura da empresa e da seguradora, considerando que “não estão a assumir as suas responsabilidades”.

O advogado Pedro Macieirinha, em representação da Nesinocas, que mandou instalar a grua, entende que a empresa “não tem responsabilidade na ocorrência” e que, por isso, tem endereçado “com toda a celeridade” quer para a seguradora quer para a empresa que colocou a grua, todos os documentos remetidos pela câmara ou pelo Sport Clube Vila Real.

“Temos pedido celeridade numa decisão, mas não podemos fazer mais do que isso porque não temos responsabilidade nenhuma na ocorrência”, sublinhou.

Contactada pela Lusa, a Crédito Agrícola Seguros referiu que, após o sinistro, procedeu “de imediato à instrução do processo, mas, por se tratar de situação tecnicamente complexa”, considerou “ainda não estar claramente determinada a responsabilidade do dono da obra pela queda da grua e consequentemente pelos danos provocados no campo de futebol”.

Foto: António Pereira



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