Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

E, Depois do Conselho de Ministros (CM), o que fica?

Folheando e visitando a Comunicação Social, tentei não conseguindo, elencar as medidas anunciadas e o retorno pretendido e a sua calendarização de implantação. Também registei, a pobre e repetitiva agenda de visitas dos governantes, a ausência dos Deputados e dos Autarcas (PS e PSD) a exigir medidas para contrariar as assimetrias. Excepção para o autarca de Mogadouro, confrangedor para este concelho, como para os restantes onze autarquias, tantas e incontáveis carências do Distrito e depois temos este silêncio. Os autarcas do Distrito, mantêm a coerência de discurso: ao distrito falta “tudo”; o Governo não ajuda e, depois não são capazes de elaborar um documento, onde conste detalhadamente o “tudo”.

Quando as expectativas deste CM eram baixas, a frustração não pode ser elevada com as medidas apregoadas: Trabalhar no Interior; Programa mais Coesão Emprego; Criar bolsas para os alunos estudarem no interior entre três a seis meses; Redução tarifária nas Portagens (só confusão, temos de andar com cábula para saber quando e como vamos beneficiar); Mais 19 milhões para melhorar as condições do regadio nesta região. Garantidamente que não é com estas medidas que o interior vai revigorar ou travar o êxodo. Depois destas medidas vêm os destaques de alguns Ministros: Importância da investigação ligada ao sector para a valorização dos produtos locais; Sobre os médicos da Unidade Hospitalar de Bragança a Ministra da Saúde, reforçou que está a par do problema e garantiu que se vai investir em novas contratações; Trabalhar para encontrar uma solução que garanta a manutenção da ligação aérea Bragança/Portimão; Acompanhar o processo do Plano de Mobilidade do Tua em Trás-os-Montes. Só processos de intenção.

Depois deste CM alguém é capaz de explicar as medidas e o seu alcance? É que as mesmas foram tantas vezes repetidas, na linguagem de diferentes mensageiros, embora o receptor fosse o mesmo, que a mensagem saiu confusa, impossível de assimilar e difícil de acompanhar a implantação. Tenho vindo a escrever e dizer que não necessitamos de inventar nada, bastava potenciar o que temos, mas não, quis o governo vir a Bragança confundir, brincar com o interior e claramente a mostrar que a criação do Ministério da Coesão Territorial foi e vai continuar a ser um Ministério do faz de conta. Ainda existe gente que se presta a estas coisas. O Ministério de Coesão, podia ser útil e fazer-nos uma súmula das medidas anunciadas, a sua calendarização, a cabimentação e informar da sua evolução.

Fico com dúvidas se o gasto com o anúncio das medidas não será superior às verbas disponibilizadas para as estas. Como dizemos na nossa terra: esperamos para ver.

NOTA:

  1. Esteve bem, Benjamim Rodrigues, em Podence, ao meter o Presidente da República ao barulho, para conseguir trazer para Macedo de Cavaleiros o Pavilhão de Portugal que vai estar na Expo do Dubai para, segundo ele, atrair mais turistas e criar riqueza. 
  2. As medidas discriminatórias de mobilidade e criação empregos, se não ferirem os direitos constitucionais, ferem o princípio da igualdade dentro da classe e criam mal- estar (no mínimo) entre colaboradores actuais e os agora chegados, para e porquê?

Se não houver fiscalização, esta medida, pode até criar desemprego aos actuais empregados: despedir para contratar.

Bragança, 03/03/2020

Baptista Jerónimo


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