Apesar dos encantos do rio e da beleza ímpar das paisagens, o turismo é um sector ainda por explorar

O verde dos vinhedos contrasta com o azul que ressalta das águas do Douro. Os barcos passam a um ritmo que permite aos passageiros contemplar a beleza natural das paisagens e a arquitectura das quintas que se estendem pelas encostas do rio.

Este é o cenário que envolve a Senhora da Ribeira, uma pequena aldeia da freguesia do Seixo de Ansiães, no concelho de Carrazeda de Ansiães, onde a produção de vinho generoso, mais conhecido por Vinho do Porto, é a principal fonte de riqueza.
Quem chega ao património mundial do Alto Douro Vinhateiro deslumbra-se com a beleza ímpar das paisagens que se pintam em tons verde, azul e castanho, variando, apenas, consoante as estações do ano.
No entanto, os encantos naturais e elevada capacidade do cais da Senhora da Ribeira não são suficientes para atrair os turistas que passam, várias vezes ao dia, nos barcos que fazem o percurso Porto- Barca d`Alva.
“Essa é uma grande falha. Devia ser feita uma divulgação dos pontos de interesse do concelho para trazer cá as pessoas através dos itinerários do Douro. Também falta colaboração entre a Câmara, as Juntas e as empresas dos barcos”, defende o presidente da Junta de Freguesia de Seixo de Ansiães, João Manuel Fontes.
Na óptica do autarca, o município de Carrazeda de Ansiães devia seguir os passos de Vila Nova de Foz Côa e colocar uma embarcação no Douro. “Acho que esta é uma boa aposta para dinamizar o turismo na região”, acrescenta João Fontes.
Na “arquitectura” natural destaque, ainda, para as quedas da Ôla, um local onde, no Inverno, a água cai em forma de cascata. “Há uma lenda associada a este local. Contava-se que havia um cavalo que dava o salto da fonte das calçadas para a Ôla, que é para aí um quilómetro. Existe mesmo uma fraga que tem a forma de uma ferradura”, conta Maurício Matos, de 61 anos.

O Vinho do Porto é a principal fonte de riqueza da freguesia, um negócio que, actualmente, é dominado pelos ingleses

As atracções turísticas estendem-se da Senhora da Ribeira até ao Seixo, passando pela anexa da Coleja, mas faltam investimentos ao nível do alojamento e roteiros guiados para quem visita a freguesia. “Há um percurso que eu aconselho a todos os visitantes, que é entrar pela Beira Grande ou pelo Seixo e fazer o percurso até à Senhora da Ribeira. Chamamos-lhe nós a Rota do Douro”, realça o autarca.
A produção de Vinho do Porto é a principal fonte de rendimento da freguesia, onde, segundo dados da Casa do Douro, há cerca de 250 hectares de castas, o que corresponde a uma produção anual de cerca de 1500 pipas por ano. Depois há, ainda, cerca de 40 hectares de vinhedos para produção de vinho de mesa e VQPRV.
Na zona da Senhora da Ribeira conta-se mais de 10 quintas que apostam na produção de vinho generoso, um negócio que, actualmente, é dominado pelos ingleses.
A par da produção do néctar extraído da uva, as quintas são, igualmente, atractivos turísticos para quem procura os encantos do Douro Vinhateiro. Os turistas podem, ainda, visitar o património em Seixo de Ansiães, nomeadamente a igreja matriz e o santuário de Nossa Senhora da Costa, um autêntico miradouro sobre a freguesia.



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