O presidente da Câmara de Vila Real afirmou em conferencia de impressa que a classificação do processo de fabrico do barro preto de Bisalhães pela Unesco, que será decidida no dia 29, poderá dar um novo impulso a esta arte ancestral.

A inscrição do processo de fabrico do barro negro na lista de património imaterial cultural que necessita de salvaguarda urgente vai ser decidida na 11.ª reunião do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que decorre entre 28 de novembro e 02 de dezembro, em Adis Abeba. Esta é a candidatura que o Estado português escolheu para representar o país na sessão que a organização organiza este ano, na Etiópia.

"Temos muita esperança e a consciência de que fizemos tudo para que este processo saia vitorioso. Temos agora a esperança que, na votação final, tudo corra bem e que o barro preto de Bisalhães seja reconhecido pela Unesco como objeto de preservação", afirmou o autarca Rui Santos, em conferência de imprensa.

A candidatura portuguesa vai ser apreciada no dia 29. Na Etiópia vão estar presentes o presidente da autarquia, a vice-presidente e responsável pela área da cultura, Eugénia Almeida, e o coordenador da candidatura, João Ribeiro da Silva.

A Câmara de Vila Real avançou com a candidatura da olaria negra de Bisalhães à Unesco por ser uma atividade que está em vias de extinção.

O principal problema desta atividade é o envelhecimento dos oleiros. Atualmente, são cinco os que fazem desta arte a sua atividade principal e a maioria tem mais de 75 anos.

"O objetivo da candidatura e a sua inscrição por parte da Unesco é para lhe dar um novo impulso, para o salvaguardar e isso só é possível envolvendo jovens e acrescentando valor a esta arte", frisou Rui Santos.

Este é considerado um ofício duro, exigente, com recurso a processos que remontam, pelo menos, ao século XVI.

O processo de fabrico inclui desde o tratamento inicial que se dá ao barro até à cozedura.

As peças que nascem pelas mãos destes artesãos são depois cozidas em velhinhos fornos abertos na terra, onde são queimadas giestas, caruma, carquejas e abafadas depois com terra escura, a mesma que lhe vai dar a cor negra.

"O processo é bastante antigo, com características muito peculiares e próprias desta aldeia de Bisalhães e que tem vindo a ser mantido com muito sacrifício por parte dos oleiros atuais", salientou João Ribeiro da Silva.

O responsável referiu que esta candidatura pretende dar "visibilidade à olaria e preservar a forma de fazer".

Em março de 2015, o processo de confeção do barro negro de Bisalhães foi reconhecido como património cultural nacional.



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