O presidente do Chega, André Ventura, acusou na quinta-feira o líder do PS, Pedro Nuno Santos, de ser "o maior mentiroso" dos candidatos socialistas e classificou a AD (coligação PSD/CDS-PP e PPM) como "prostíbulo espanhol".

Discursando num jantar/comício em Vila Real, o líder do Chega abordou o tema das portagens e assinalou que o secretário-geral do PS diz agora "que é preciso rever estas portagens e até promete acabar com algumas", mas os socialistas votaram contra a proposta do Chega nesse sentido.

"Pedro Nuno Santos, eu não sei se ele é o mais impreparado da história do PS, não sei se é o mais incapaz da história do PS, não sei se é quem tem mais amnésia, mas há uma coisa que sei, é o maior mentiroso que o PS já pôs como candidato a umas eleições", acusou.

“Acreditem zero nas promessas de portagens do PS e do PSD”, disse, sustentando que “se há partido que vai lutar para acabar com as portagens é o Chega e só o chega, mais nenhum” e criticou a proposta do PS para afetar receitas de novas concessões de autoestradas ou portagens ao financiamento da Segurança Social.

Ainda sobre Pedro Nuno Santos, e recorrendo ao ‘slogan’ dos socialistas “Portugal inteiro”, o presidente do Chega considerou que podia ser “fazer de parvos Portugal inteiro” e sustentou que “os portugueses não são parvos, embora às vezes se deixem enganar com facilidade”.

O líder do Chega considerou que o país dispensa "bem a herança do PS em matéria de defesa das mulheres, da sua integridade e dos seus direitos".

André Ventura referiu ainda que o PS "gosta sempre de agitar o papão do Chega, mas neste caso era importante dizer que as mulheres portuguesas que desejam viver num país em segurança, que as respeite, que respeite a sua integridade, não é certamente no PS que têm de votar".

"O Chega é o voto seguro para as mulheres portuguesas", garantiu.

Mais à frente no seu discurso, André Ventura voltou a comentar as declarações do vice-presidente do CDS-PP Paulo Núncio, que se manifestou a favor de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, ideia recusada pelo líder do PSD, Luís Montenegro.

O presidente do Chega referiu que "uns minutos depois, o próprio presidente do CDS vem dizer que isso não consta do programa deles, nem ele quer fazer nenhum referendo, e umas horas depois vem Montenegro dizer que ele não tem anda a ver com isso e não é parte do programa da AD".

À chegada ao comício, o presidente do Chega já se tinha referido à AD como um "albergue espanhol", mas discursando perante uma sala cheia de apoiantes escolheu outra expressão.

"Não sei se viram alguma vez alguma coisa sobre Sá Carneiro e Diogo Freitas do Amaral, mas eu tenho a certeza de uma coisa, isto não é AD nenhuma, isto é um prostíbulo espanhol onde eles estão todos juntos e não se entendem nem conseguem fazer nada", criticou.

No seu discurso, Ventura contrapôs também os apelos ao voto útil, dizendo que o voto de protesto "é a alma de um país cansado".

E afirmou que "os maiores sismos de Lisboa não foram nada comparado com o enorme sismo político" que o Chega vai "causar no dia 10 de março", considerando que "esta eleição é do Chega contra os tachistas que estão do outro lado".

Já em declarações aos jornalistas à chegada ao comício, o presidente do Chega, que tem uma equipa de seguranças privados a acompanhá-lo, recusou a oferta do primeiro-ministro, que disponibilizou segurança pessoal aos líderes partidários que o pretendam na sequência do ataque ao presidente do PSD com tinta verde por parte de um ativista climático.

Sobre os cenários pós-eleições, o presidente do Chega voltou a desafiar o PSD a "decidir se quer apoiar o PS ou ter um governo de direita".


Também a cabeça de lista do Chega por Vila Real, Manuela Tender, discursou no comício desta noite, e considerou que "tem havido um progressivo abandono da região, cada vez mais depauperada de recursos, cada vez mais despovoada e envelhecida".

"Acabou o tempo em que estamos ajoelhados enquanto passa a procissão destes ditadorezinhos do PS e PSD", disse.

 Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.



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