Pais de crianças internadas que não tenham em casa levam emprestado para falar com os filhos.

O internamento na Unidade de Pediatria do Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, é, desde ontem, menos doloroso. As crianças passaram a ter acesso a computadores com ligação à Internet.

No âmbito da iniciativa \"Um sorriso com as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) \", foram disponibilizados seis portáteis com webcam. Podem ser usados pelas crianças internadas para, através do Messenger ou outras ferramentas, estar em contacto com familiares, amigos e colegas, ou mesmo para conhecer outras crianças na mesma situação, noutros hospitais. Pais que não tenham computador em casa podem requisitar um ao hospital, de modo a poder estar em contacto mais tempo com os filhos.

Tânia, 11 anos, está há cerca de três semanas na Pediatria do Hospital de Vila Real por causa de uma infecção. Ontem, aquando da visita àquela unidade do ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que ali foi para presidir à entrada em funcionamento do serviço, conversava com outros meninos da Pediatria do Hospital de Guimarães. \"Não conheço ninguém, apenas estão na mesma situação que eu\", contava Tânia, que desta forma se sente ainda mais acompanhada.

Natural de Mesão Frio, a menina admitia que lhe não eram estranhas as potencialidades do que ali experimentava, por também ter computador em casa. Porém, a possibilidade era bem-vinda, pois \"permite conversar com os amigos e ajuda a passar o tempo\".

A mãe, Cristina Pinto, louva a iniciativa porque pode \"ajudar a recuperar\" a filha, que, recorda, passou por um grande \"desespero\" enquanto esteve \"presa numa cama, sem poder levantar-se\". Ainda lhe restam duas semanas no hospital, pelo que, além de outros meninos e a família, vai ter o computador como companheiro.

O presidente do Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro, Carlos Vaz, lembrou ontem que \"há crianças que tomam contacto com as TIC, pela primeira vez, enquanto estão no hospital\". Não só por isso, mas também, o ministro da Presidência disse que se trata de um projecto \"bem pensado e que vale a pena\", tanto mais que \"contribui para a humanização dos cuidados de saúde\".



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