O Museu de Vila Real inaugurou uma exposição permanente intitulada «O legado de João Parente 30 anos de recolha arqueológica». Mas a cerimónia ficou marcada pela falta de comparência do próprio.

João Parente justificou a ausência, lembrando que, na sua fase final de permanência no museu, foi \"tratado como um estranho\", chegando a ser \"ameaçado que trocavam as fechaduras para que eu não lá entrasse\".

A doação do espólio pressupunha que o padre João Parente seria director do museu ou teria uma posição equivalente. Esteve à frente do mesmo vários anos, mas, no dia em que completou 70 anos, foi praticamente obrigado a sair. Antes e depois disso, terão surgido vários desentendimentos com o vereador da Cultura, Pedro Ramos.

Agora, o padre acrescenta \"Provavelmente, não voltarei a pÎr os pés no museu. Na verdade sei que não me queriam lá. Não ia estragar a festa. Quem me conhece, sabe o que me fizeram. Quem não conhece, deve pensar que eu morri e que se trata de uma homenagem póstuma\".

Pedro Ramos diz que desconhece as razões que levaram o padre João Parente a estar ausente e garante que \"a sua presença é-nos sempre muito grata\". Diz, também, que não comenta \"estados de alma\".

A exposição está organizada cronologicamente, com um espólio relacionado com o megalitismo, na sua grande parte recolhido pelos padres Brenha e Raphael na região de Vila Pouca de Aguiar, nos finais do séc. XIX; bem como a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, através da exposição de alguns objectos representativos. A Idade do Ferro tem direito a um espaço onde onde se pode apreciar a beleza da Pedra Formosa de Ribalonga (Alijó), classificada como bem de interesse público, ou o Torques de Rendufe (Valpaços), um colar de ouro ricamente decorado, \"guardado\" pela representação em desenho de dois guerreiros galaicos (encontrados em Montalegre). A mostra termina no período de ocupação romana.



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14 de Outubro

2, 3, 4 e 5 de Novembro de 2005