O problema da falta de alunos deixou de ser exclusivo do primeiro ciclo no Distrito de Bragança, com o encerramento, pela primeira vez, de uma escola secundária e um dos menores números de sempre de candidatos ao ensino superior.

\"Terrível e preocupante\" é como o coordenador do Centro da Área Educativa (CAE), Belmiro Gonçalves, classificou ontem a situação da comunidade escolar na região, que perde por ano, em média, cerca de mil alunos, desde os jardins de infância até ao secundário.

O novo ano lectivo começa a 16 de Setembro com menos quatro escolas do primeiro ciclo e menos uma secundária, a de Carvalhais, em Mirandela, que no último ano lectivo contava apenas pouco mais de 80 alunos.

Os que renovaram a matrícula serão transferidos para a escola EB 2/3 Luciano Cordeiro, na cidade de Mirandela. Mas também este estabelecimento perde alunos e, mesmo com os transferidos, ficará com menos 28 estudantes, em relação aos 690 do último ano lectivo.

Na escola secundária encerrada passará a funcionar um centro escolar, no ano lectivo 2005/2006, e num edifício contíguo uma escola de turismo.

Outros ajustamentos acontecerão na vila de Vinhais, onde a falta de alunos levou à suspensão do ensino secundário na EB 2/3, e à concentração deste grau de ensino na escola secundária da vila.

A EB 2/3 fica com 125 alunos, nos 2º e 3º ciclos, e a secundária, que tem capacidade para mil estudantes, será frequentada por 400.

A falta de alunos nos primeiros anos de escolaridade já se reflectia há alguns anos nos graus de ensino mais elevados, mas terá as primeiras consequências práticas no novo ano lectivo.

Segundo o coordenador do CAE, a maior quebra de alunos ocorre nestes níveis de ensino, 2º e 3º ciclos e secundário, que totalizam pouco mais de 10.700 estudantes. Com mais cinco mil alunos dos jardins de infância e primeiro ciclo, a comunidade escolar do Distrito não chega a 16 mil estudantes.

Outro número que o coordenador do CAE considera \"preocupante\" é o de candidatos do Distrito ao ensino superior, que este ano ficou em cerca de 600, menos 370 que no anterior ano lectivo. \"Isto é preocupante e terá que fazer reflectir os políticos, porque o fenómeno da desertificação é atroz\", defendeu.

Apesar de tudo, os primeiros níveis de ensino foram poupados, em comparação com anos lectivos anteriores, já que os jardins de infância ganham sete crianças, totalizando 1.603, e no primeiro ciclo encerram apenas quatro escolas, as de Lagomar e São Julião de Palácios, no concelho de Bragança, e Amedo e Pinhal do Douro, em Carrazeda de Ansiães.



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