O presidente da República, Cavaco Silva, terminou uma vista de dois dias ao Nordeste Transmontano apontando como um bom exemplo para o desenvolvimento «a imaginação» do autarca de Vimioso, que cede terrenos a um cêntimo na zona industrial.

«Não é um acto de desespero», considerou o chefe de Estado, reiterando que os autarcas do interior «têm de ser mais activos e agressivos» a cativar investimento para a região.

Na zona industrial de Vimioso, o último ponto de passagem de Cavaco Silva, um cartaz gigante apela: «terrenos a um cêntimo o metro quadrado, invista aqui».

O apelo ainda só resultou em oito empresas instaladas e intenções de outras, mas a «insistência» do autarca local foi realçada pelo Presidente da República, assim como o prémio de 500 euros que oferece a cada bebe que nasce no concelho para incentivar a fixação de gente.

Cavaco Silva entende que \\"este é o caminho\\", mas, no entanto, para o autarca José Rodrigues, tem alguns obstáculos como o do rato de Cabrera, uma espécie protegida que está a \\"emperrar\\" a construção de doze quilómetros de uma estrada que iria desencravar o concelho e tornar a zona mais atractiva para investimento.

O rato Cabrera despertou a atenção de Cavaco Silva, que vai levar literatura sobre o assunto para Lisboa.

Antes de Vimioso, o Presidente da Republico visitou \\"outro bom exemplo\\" em Bragança, umas das oito fábricas portuguesas do grupo francês Faurecia, que
recentemente duplicou os postos de trabalho para 130 com a instalação de uma nova linha de produção de componentes automóveis.

Esta fábrica exporta para Espanha, um mercado que Cavaco Silva insistiu que tem de estar cada vez mais nos horizontes da região transmontana, que tem a mais ampla fronteira com o país vizinho.

O Presidente da Republica entende também que os autarcas destas regiões carenciadas têm de \\"reorientar\\" as suas actividades para novas questões como a atracção de investimento e a área do social.

Cavaco Silva defendeu hoje a transferência de mais competências nesta área para os autarcas, por entender que são quem melhor conhece as necessidades locais e consegue mobilizar a sociedade civil.

Apesar do temporal das últimas horas, Cavaco Silva sublinhou que não quis cancelar, nem adiar esta visita para «afirmar de forma clara que, para o Presidente da República, Bragança não é um Distrito esquecido, nem há partes do país que sejam esquecidas».



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