O PSD de Vila Real alertou hoje que o concelho “vai ganhar” 15 mil idosos nos próximos 15 anos e reclamou uma política municipal “mais interventiva, consistente e robusta” para apoiar a “população mais fragilizada”.

“O concelho de Vila Real vai ganhar 15 mil idosos em 15 anos. Estes dados não devem ser encarados com desmérito, mas sim analisados com responsabilidade e capacidade de projeção”, alertou, em comunicado, a comissão política do PSD de Vila Real, liderada por Luís Tão.

Os membros da comissão política concelhia reuniram-se com os eleitos nas assembleias de freguesia para debater o tema “Envelhecimento da população e o seu impacto no concelho de Vila Real” e lembraram que dados da operação “Censos Sénior 2022”, divulgados recentemente pela GNR, revelam que o distrito de Vila Real lidera o ranking nacional, com 5.353 idosos a viverem sozinhos e/ou isolados.

Também, segundo o PSD, os dados dos Censos de 2021 mostram que o concelho transmontano tem um índice de envelhecimento de 195,3%, tendo 23,5% da sua população com mais de 65 anos.

“Em Vila Real as políticas de apoio ao idoso pecam pela desintegração e até pela desatualização”, afirmou a concelhia laranja.

Na opinião do PSD, “não obstante a existência de atividades pontuais e de alguns projetos implementados já em executivos municipais anteriores do PSD, de apoio ao idoso, falta uma política municipal consistente e robusta”.

E, por isso, insistiu na proposta eleitoral, apresentada em 2021, para a criação de uma comissão municipal de proteção do idoso e do provedor do idoso, uma medida articulada “com um banco de voluntariado, que atue no sentido de detetar todas as situações de risco e garantir a criação de uma resposta integrada em rede” que abranja: ação social, saúde, segurança, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), empresários locais, instituições particulares de solidariedade social (IPSS), juntas de freguesia e diocese.

“O PSD de Vila Real desafia o executivo municipal a tornar-se a base e o apoio sólido na resposta às necessidades da nossa população idosa e mantêm-se numa postura colaborativa no sentido de ver consolidadas estas ideias e ver implementadas no terreno verdadeiras políticas municipais de apoio à população mais fragilizada, não nos conformando com a estagnação social vigente”, sublinhou a concelhia.

Em reação, a Câmara de Vila Real disse estar, conjuntamente com as juntas de freguesia, “bem ciente da realidade do concelho, ao contrário do PSD”, e frisou que as autarquias “trabalham diariamente para dar o apoio social que as populações necessitam, com particular atenção aos cidadãos mais idosos”.

Quanto à proposta de criação da comissão municipal de proteção de idoso, o município contrapôs com o já existente Conselho Local de Ação Social (CLÃS), que integra IPSS, organismos da Administração Pública, organizações representativas do setor económico, entre outros.

“Aparentemente o PSD não confia no trabalho do CLAS de Vila Real e considera que a sua ação tem sido deficiente (…) A Câmara de Vila Real não alinha nesta desconsideração pelos agentes da ação social locais”, acrescentou o município liderado pelo socialista Rui Santos.

Relativamente aos idosos, a autarquia exemplificou com apoio na compra de medicamentos, o acesso a equipamentos municipais, a promoção da atividade física nas várias freguesias, até às pequenas obras em casa ou à teleassistência e a Unidade Móvel de Saúde que tem ido ao encontro da população mais velha para a vacinação contra a gripe sazonal ou a covid-19.

E, concretamente para combater o isolamento, apontou o alargamento da rede de transportes públicos a várias localidades não urbanas e a introdução do transporte a pedido para pequenas localidades não servidas por transportes públicos.

Foto: AP



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