Saber até que ponto se pode falar de Desenvolvimento Regional numa região desertificada serviu de tema às jornadas do curso de Economia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro que ontem decorreram em Vila Real.

Luís Ramos, docente neste estabelecimento de ensino e especialista no tema em discussão, evidenciou algum cepticismo ao recordar a posição de Portugal em relação à União Europeia, que\" pouco ou nada melhorou\", e relativamente ao Norte de Portugal, \" constata-se que foi das regiões portuguesas que menos evoluiu, comparativamente às regiões do Centro, Algarve e Vale do Tejo\".

Para este académico \"é preciso fazer uma reformulação profunda na política de desenvolvimento regional e tirar as ilações da ineficácia desta política ao longo dos anos\". Luís Ramos diz ainda que existe o problema da estratégia que têm vindo a ser adoptada e que privilegia as infra-estruturas associadas ao betão e as formas como as políticas continuam a ser implementadas que \"estão longe de ser as mais eficazes\", especificando que se trata de \"políticas centralistas, cada ministério pensa pela sua própria cabeça, não há coordenação nem articulação entre investimentos e por conseguinte não é possível fazer vingar os objectivos que são a redução das assimetrias entre as regiões mais ricas e as mais pobres\" concluiu Luís Ramos.

De opinião diferente, o vice- presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte começou por recordar a elaboração do Plano de Ordenamento do Território que terá acções e medidas a desenvolver com vista a implementar políticas de desenvolvimento, mas reconheceu que é altura de passar dos \"estudos às acções\".

Guedes Marques continua a acreditar no turismo e nos recursos endógenos da região. \"Trata-se de uma região com potencialidades naturais e o turismo vai ter uma palavra a dizer num futuro próximo. Fizémos também o Plano de Desenvolvimento Turístico do Douro e penso que esse será um dos factores para a fixação das pessoas na região\", terminou.



PARTILHAR:

Bragança com dificuldades

Camilo Castelo Branco