A instalação dos 2180 tubos na Sé de Vila Real permitiu dar música à catedral mesmo a tempo da época de Natal, num investimento que se aproxima do meio milhão de euros.

 

Iniciada a 9 de dezembro, a instalação do novo órgão de tubos da Sé de Vila Real ficou concluída na véspera de Natal. Seguem-se, até ao início da primavera, os trabalhos de ensaio e afinação, de forma a garantir o pleno funcionamento do instrumento musical. Com quatro teclados e pedaleira, o órgão composto por 33 registos será o único em Portugal a ter teclados constituídos de cinco oitavas. 
O fabrico e montagem do órgão é da inteira e exclusiva responsabilidade da "Famiglia Vincenzo Mascioni”. Esta empresa familiar, sediada em Azzio, na região da Lombardia, foi criada em 1829 e é uma das mais antigas e reputadas fábricas de órgãos e outros instrumentos musicais da Europa. Com mais de mil órgãos no seu currículo, mantém o saber e a experiência transmitidos de pai para filho há seis gerações. A ligação desta família italiana com o nosso país foi iniciada há cinco anos com a construção em Roma do órgão de tubos da Igreja de Santo António dos Portugueses. No entanto, em Portugal, este é já o segundo trabalho da “Famiglia Mascioni” que está a reconstruir o maior órgão de tubos do país. Criado por outra empresa italiana e localizado no Santuário de Fátima, o órgão estava inoperacional há vários anos. “Será o primeiro órgão de tubos desta sé e estamos muito orgulhosos por estarmos a fazer este trabalho”, afirmou o representante da empresa italiana, Giorgio Mascioni. Com ele vieram mais quatro técnicos para montar o instrumento. Cada tubo está numerado e foi transportado um a um para o interior da Sé, onde foi construído como se de um puzzle se tratasse. 
Integrado na candidatura ‘Rota das Catedrais do Norte de Portugal’, esta iniciativa resulta de uma ação promovida pela Fábrica da Igreja Paroquial da Sé e conta com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real, bem como com o patrocínio pessoal do atual Reitor do Instituto Português de Santo António em Roma, o Monsenhor Agostinho Borges.
Este órgão é sinfónico, o que significa que se pode comparar a uma orquestra. “Possui uma grande variedade de registos, cada um com o seu timbre. Mas quando é tocado, o organista é diretor e executor e, na improvisação, também compositor», explicou o patrocinador.
De acordo com o Monsenhor Agostinho Borges, a ideia de instalar um órgão sinfónico na Sé surgiu em 2009, num diálogo mantido com o então bispo diocesano, D. Joaquim Gonçalves.  Mais tarde, com a adesão ao projeto ‘Rota das Catedrais’ e com o financiamento garantido, foi constituída uma comissão que se dedicou de “corpo e alma” a esta causa. Quatro anos depois, deu-se início ao projeto que deverá ficar concluído até ao final do primeiro semestre de 2016.
Apesar dos 494 mil euros serem cofinanciados a 85 por cento por fundos comunitários, a Comissão Fabriqueira desenvolveu uma campanha de angariação de fundos, em que qualquer pessoa pode ajudar através de depósito bancário na conta 0906099343030, com o IBAN PT 50 0035 0906 00099343030 34 e BIC SWIFT: CGDIPTPL.
 



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