Os moradores do Bairro dos Ferreiros, em Vila Real, estão à beira de um ataque de nervos por causa das obras do programa Polis, que começaram no início deste ano e só deverão estar concluídas em Outubro.

Um morador naquele bairro há mais de 50 anos e que, por isso mesmo, prefere manter o anonimato, define as obras como \"um pesadelo. Isto está a tornar-se um inferno. Não só não podemos trazer os carros, como mal podemos circular a pé. Espero bem que valha a pena\", desabafou.

Santos Silva, administrador da Polis Vila Real, garante que vai valer a pena, porque \"a requalificação vai permitir uma qualidade de vida muito superior, com passeios largos e novos pavimentos, novas condutas para saneamento, água, telefone, electricidade e gás natural\", e acrescenta que \"era inevitável encerrar aquelas ruas, tudo estando a ser feito para para minimizar os prejuízos e garantir abastecimentos, cargas e descargas e acessos\".

Para além dos moradores, sentem-se muito prejudicados alguns comerciantes das imediações, e, desde há alguns dias, os que têm estabelecimentos na zona da estação. Tudo porque as mesmas obras obrigaram ao fecho da ponte metálica por um período provável de dois meses. Os proprietários de dois cafés naquela área garantiram, ao JN, que \"a quebra anda entre os 40 a 50% nas vendas, já que sem a ponte aquela zona deixa de ser um local de passagem, quer de manhã, quer ao final da tarde\".

A revolta é maior quando se recorda que \"a ponte esteve interrompida quase dois anos para requalificação e já estava prevista a intervenção do Polis. Podiam ter feito tudo ao mesmo tempo\", desabafa o dono de um dos cafés.

Promessas de autarca

Esta situação está a preocupar a Associação Comercial e Industrial de Vila Real (ACIVR) e, segundo o seu presidente, Fernando Cardoso, \"numa reunião, realizada há poucos dias, o presidente da Câmara assumiu, perante cerca de 100 associados, que envidaria esforços para acelerar a obras e evitar um fecho da ponte tão prolongado\". Além disso, \"no final das obras, prevê-se a colocação de semáforos com tráfego alternado na ponte, e até a possibilidade de mais tarde a ponte ter apenas um sentido\".

Uma hipótese que, ainda segundo o presidente da ACIVR, \"ninguém quer ouvir falar, porque então valia mais não se fazer intervenção nenhuma, já que esta, em vez de beneficiar os comerciantes, veio agravar ainda mais a sua situação\".

Além da ponte metálica, estão fechadas, por causa das obras, no Bairro dos Ferreiros, as ruas de Santa Marta, Prado, Sargento Pelotas, Corgo, Guia e ponte de Santa Margarida.



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